sábado, 5 de dezembro de 2009

Ao sábado: momento quase filosófico

Acerca da Filosofia da Linguagem - III
«Segundo a linguagem ordinária dos filósofos, a linguagem tem mais do que um objectivo e é usada de forma diversa em diferentes contextos. O filósofo de Oxford, John Austin, referiu que, em termos linguísticos, dizer "Eu prometo" é muito diferente de dizer "Eu pinto". Dizer "Eu pinto" não é a mesma coisa que pintar, mas dizer "Eu prometo" é a mesma coisa que prometer. Usar uma linguagem que é apropriada num contexto linguístico noutro contexto linguístico diferente é o que causa confusões e pseudoquebra-cabeças filosóficos, também conhecidos como história da filosofia. [...]
Histórias em que os personagens têm prioridades diferentes proporcionam analogias divertidas sobre como contextos linguísticos divergentes confundem a comunicação.
Tommy vai confessar-se e diz ao padre:
- Perdoe-me, Padre, porque pequei. Estive com uma mulher dissoluta.
- És tu, Tommy? - pergunta o padre.
- Sim, sou eu, Padre.
- Com quem estiveste, Tommy?
- Preferia não dizer, Padre.
- Foi com a Bridget?
- Não, Padre.
- Com a Colleen?
- Não, Padre.
- Com a Megan?
- Não, Padre.
- Bem, Tommy, reza quatro Pai-Nossos e quatro Avé-Marias.
Quando Tommy sai, o amigo Pat pergunta-lhe como correu.
- Lindamente - responde Tommy. - Tenho de rezar quatro Pai-Nossos e quatro Avé-Marias e consegui três dicas fantásticas!
Na história seguinte, o padre está preso no seu próprio conhecimento do contexto da conversa que está a ter no confessionário e é incapaz de ver a possibilidade de outro.
Um homem entra no confessionário e diz ao padre:
- Padre, tenho 75 anos e a noite passada fiz amor com duas raparigas de 20 anos... ao mesmo tempo.
- Quando foi a última vez que se confessou? - pergunta o padre.
- Nunca me confessei, Padre - responde o homem. - Sou judeu.
- Nesse caso, porque é que está a dizer-me? - pergunta o padre.
- Porque estou a contar a toda a gente - responde o homem.»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...