quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um imenso Portugal dos Pequeninos

Sem ir muito lá atrás: primeiro foi o corte na TSU — uma medida repleta de virtualidades e de promissores resultados, em que alegremente se esvaziava o bolso dos assalariados e se enchia o bolso dos proprietários das empresas; depois foi o anunciado «enorme» aumento de impostos — uma medida inevitável para garantirmos o cumprimento dos compromissos assumidos com a troika; a seguir foi o anunciado brutal aumento do IMI — uma receita essencial para ajudar a baixar o défice; ontem foi o anunciado despedimento de cerca de 40 mil contratados ao serviço do Estado — porque é preciso reduzir despesas.
O que há de comum a todas estas notícias é a sua origem: o governo de Portugal. O que igualmente há de comum a todas estas notícias é que, depois de formalmente anunciadas, são, dias depois, anuladas ou alteradas ou... «mitigadas».
Governar o país transformou-se numa brincadeira de diz e desdiz, de faz e não faz. O país transformou-se num imenso Portugal dos Pequeninos, onde tudo é possível, onde ninguém é responsável por coisa alguma, onde todos se permitem adiantar palpites, onde todos podem fazer a sua traquinice.
É uma medonha e assustadora irresponsabilidade que neste momento nos governa. Santana Lopes foi demitido por muitíssimo menos.