Ouvir o ministro das Finanças é um exercício pouco agradável. A forma e o conteúdo dos discursos que profere são quase sempre rebarbativos. Todavia, o que é mesmo grave é que já ninguém acredita em Vítor Gaspar. Pausadamente, este governante foi perdendo a credibilidade que lhe foi atribuída. Todas as certezas que afirmava, pausadamente, acabaram por não se confirmar. Todas as evidências que revelava, pausadamente, tornaram-se obscuridades ou falsidades. Pausadamente, o ministro das Finanças tem-se conduzido e tem-nos conduzido para o desastre.
Do que hoje pude ouvir da conferência de imprensa dada por Vítor Gaspar, retive o seguinte: os primeiros vinte minutos foram consumidos a informar-nos de que, com a política seguida pelo governo, temos alcançado resultados fantásticos — alguns deles atingidos muito antes do tempo previsto; os segundos vinte minutos foram consumidos a informar-nos de que, em 2013, vamos ter um fantástico aumento de impostos!
O que agora me preocupa, para além do brutal aumento de impostos, é que um homem verdadeiramente inteligente sente-se impedido de fazer dos outros insuficientes mentais...