Canto II
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Em Paris o amor é proporcional à realidade,
disseram-lhe dois homens durante a viagem. É uma cidade
que recebe bem os poetas. As mulheres são rigorosas
nas coxas e na sintaxe. À superfície existe trabalho mental
e os varredores de ruas utilizam adjectivos raros.
Nos talhos contam-se as melhores histórias
para crianças. E aos domingos, nos grandes parques,
fazem-se exercícios físicos que parecem notícias
acabadas de se receber por carta. Há ainda repetições
absolutamente exóticas.
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Procuro uma mulher, disse Bloom, ou então
a sabedoria. Se em Paris não as encontrares juntas,
responderam-lhe, pelo menos com uma delas
te cruzarás. E uma pode levar-te à outra.
Claro que é menos provável
uma mulher levar-te à sabedoria
que ao seu quarto, disseram a Bloom,
mas se por um extraordinário acaso acontecer,
não te esqueças de a relembrar: o quarto, primeiro
o quarto. E Bloom Sorriu.
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Caminho