O tempo não está para festas, mas é a época delas, e o calendário, nestas coisas, é quem manda. No meio de uma crise enorme, que, verdadeiramente, vai começar a doer dentro de pouco mais de uma semana, este período de aparente acalmia é uma doce ilusão semelhante à crença infantil no Pai Natal. Mas enquanto o pau vai e vem...
Tenho a leve impressão de que muitos portugueses ainda não tomaram verdadeira consciência do que aí vem. Tenho a ligeira sensação de que muitos portugueses continuam a viver o seu dia-a-dia como se nada de grave esteja à beira de acontecer. Somos um povo estranho, alternamos entre a euforia e a angústia, mas somos muito regulares na irresponsabilidade. Vemos o pau apontado às nossas costa, vemo-lo em movimento descendente, pressentimo-lo a escassos centímetros da nossa pele, mas mantemos sempre a secreta esperança de que ele nunca nos chegará a atingir. E como a esperança é a última coisa a morrer, vamos fazendo de conta que não está a acontecer ou para acontecer coisa alguma.
Somos assim e parece que gostamos de ser assim.
Mas não foi bem para isto que eu comecei a escrever este post, comecei a escrevê-lo para me dirigir aos leitores deste blogue e para lhes desejar, a eles e a mim, coisas simples, como, por exemplo: aproveitar estes dias para descansar, ler, conversar, ouvir música, passear a pé, namorar, apreciar cores, sabores, odores e o que mais houver para apreciar.
Este blogue e o seu autor vão tentar fazer isso, é por essa razão que só voltarão para a semana.
Um abraço, com festas para todos.