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Diga-se ainda (e perdoe-se mais este desvio
— serão tantos, meu caro, prepara-te),
diga-se ainda que as discussões universais dos homens
são sempre discussões particulares. Cada qual
está debruçado sobre o mundo
em parapeito frágil.
E nem mesmo os imbecis têm fisionomias
colectivas.
Cada país é um pormenor que cada habitante utiliza
como melhor lhe convém e como a lei
permite.
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Entretanto, lá ao longe, um nervosismo concreto
infiltra-se nos comportamentos e nas flores,
nas árvores de troncos largos
e nas mulheres de pernas magras. E tais distúrbios
têm origem, ao mesmo tempo, no chão e no tecto,
provando assim que as construções dos homens,
ao contrário do que vulgarmente se imagina,
caem tanto a partir de cima como de baixo.
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Caminho