segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Registos e notas do fim-de-semana

Dívidas fiscais pagavam o défice

Estado perde €35 milhões no fim do totonegócio
Expresso (30/12/2010)

PGR processa Cândida Almeida e magistrados do Freeport

CTT beneficiam grupo de saúde
— Consultor dos CTT indicava a contratação das clínicas do grupo a que ele próprio pertencia —

Quadros interactivos podem ter de ser retirados das escolas
Sol (30/12/2010)

Saúde gastou 21 milhões de euros em consultoria que não serviu para nada
Público (30/12/2010)

Escolas com menos meios

Um fim de ciclo ao retardador para José Sócrates
Público (31/12/2010)

Escolas à espera de um ano difícil
Público (2/1/2011)

A conjugação da incompetência do Governo para cobrar os impostos com a tendência de muitos portugueses (empresas e indivíduos) para entender que não têm de os pagar faz com que os outros, aqueles que pagam os impostos, tenham de pagar os seus impostos mais os impostos que os outros não querem pagar e que o Governo não cobra.
Para além disto, confirma-se pela enésima vez que os acordos que o Estado faz com os privados são sempre ruinosos para o mesmo, isto é, para o Estado. Confirmou-se agora que o já longínquo acordo celebrado entre o Estado e o sui generis mundo do futebol, acordo designado de «Totonegócio», saldou-se por um modesto prejuízo, para todos nós que pagamos impostos, de 37 milhões de euros. 
À época, foram protagonistas deste acordo António Guterres e Augusto Mateus, pela parte do Governo, e, pela parte dos clubes de futebol, um indivíduo de nome Valentim Loureiro — que, para o bem da nossa saúde mental, tem estado desaparecido dos media. À época, e a despeito das muitas críticas de que este acordo foi objecto, foi grande a publicidade e enorme a encenação à volta do evento. Agora, ficamos a saber o montante  exacto da factura e quem a vai pagar...

É curioso o modo como, em Portugal, a manifestação de «total confiança» e o elogio público podem significar que se está na véspera de levar com um processo  interposto pelo elogiante. A Procuradora Cândida Almeida que o diga...
Os meandros da nossa Justiça são um continuum de inacreditáveis ocorrências.

Escolas — ou a diferença entre a publicitada realidade virtual e a que não é virtual: despedimento previsível de 30 mil professores, amontoamento de várias escolas numa só escola, continuação do inqualificável processo designado de avaliação do desempenho docente, quadros interactivos que poderão desaparecer das salas de aula para serem devolvidos à procedência e..., e...

O Ministério da Saúde gastou 21 milhões de euros em trabalhos de consultoria que, afinal, não serviram para coisa alguma. Mas estes 21 milhões são apenas uma parte dos muitos milhões que o nosso Governo está habituado a gastar em consultorias, apesar de ter nos seus quadros profisssionais com as mesmas qualificações dos consultores consultados. É mais um dos vários enigmas que envolvem as nossas governações. 
Na próxima encarnação, se me mantiver português, pretendo ser consultor.