Dívida volta a superar fasquia dos 7%
João Pinto e José Veiga acusados de fraude fiscal e branqueamento de capitais
Público (7/1/2011)
Representante da empresa de blindados trabalha para o Estado português
Câmara Municipal de Lisboa ameaça entregar bairros sociais ao Fisco
Na CGD os salários não devem ser reduzidos
Escolas sem dinheiro para as contas
— facturas de água, luz e gás são cada vez mais difíceis de pagar —
ME suspende cursos para adultos
Governo dá bónus de tempo a Noronha Nascimento
Sol (7/1/2011)
Sócrates falou do negócio PT/TVI 11 dias antes de negar conhecê-lo
Miguel de Almeida deixou a bancada do PS e o Parlamento
Expresso (8/1/2011)
Campanha das presidenciais arranca amanhã marcada pelos estilhaços do BPN
Público (8/1/2011)
Não deixa de ser curioso observar como o problema dos juros relacionados com a dívida portuguesa não leve ninguém do Governo, do PS, do PSD ou do CDS a contrariar e a combater a evidente, e já múltiplas vezes denunciada, contradição existente no sistema financeiro mundial: por um lado, este sistema exige aquilo que designa, eufemisticamente, de saneamento das contas públicas dos países devedores, obrigando a uma política económica restritiva e penalizando com juros elevadíssimos quem não o faça; por outro lado, penaliza com juros elevadíssimos os países que não revelem possibilidades de crescimento económico, exactamente porque seguem uma política económica restritiva...
O sistema financeiro pretende que este ciclo/círculo vicioso seja quebrado pela concretização de leis e medidas que, prejudicando gravemente quem só tem rendimentos do trabalho (através da revogação de direitos fundamentais), garantam a obtenção de lucros desmedidos (e socialmente inaceitáveis), por parte de quem detém o poder económico.
Existe, aqui, alguma coisa nova? Não, não existe. Faz parte da natureza deste sistema em que vivemos. E, se não fossemos nós os imolados, seria até interessante a expectativa de ver como pretende desembrulhar-se deste jogo quem sempre aceitou e elogiou as suas regras.
Outra interessante contradição é aquela que neste momento estalou entre o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e o ministro das Finanças. António Costa, que não regateia elogios a Sócrates e ao Governo (nomeadamente, quanto às medidas de austeridade decretadas), pretende que chova no nabal, mas não chova na eira. Isto é, António Costa classifica as medidas de austeridade como necessárias, quando atingem os outros; quando atingem o próprio, passam a ser classificadas de insustentáveis, socialmente injustas e impossíveis de concretizar.
Novamente se confirma que Sócrates mentiu ao Parlamento, acerca do caso PT/TVI, mas já ninguém parece ligar. Chegámos a um estado de indiferença social tal que tanto faz o primeiro-ministro mentir ao Parlamento como não mentir. Já nada indigna nem sequer aborrece.
É também pelo estado comatoso em que nos encontramos que alguns deputados, como é o caso de Miguel Almeida, do PS, entram e saem do Parlamento com a mesma facilidade e ligeireza como quem entra e sai de um hotel. É tudo normal, ninguém quer saber, ninguém se importa. Todavia, os deputados, quando são eleitos, são-no para uma legislatura. Quem neles vota, vota para eles cumprirem um mandato, não para passarem por lá durante uns meses, enquanto lhes é propícia essa passagem.
Mas os tempos já não estão para esses pruridos.