Independentemente dos méritos e dos deméritos que o alargamento da escolaridade obrigatória para doze anos possui, há um facto incontornável: esta medida já foi anunciada solenemente, no mínimo, cinco vezes, por José Sócrates:
1ª vez - na campanha eleitoral, em 2005;
2ª vez - no programa do governo, aprovado pela Assembleia da República;
3ª vez - há poucos meses, aquando da chamada de atenção do Presidente da República para essa questão;
4ª vez - no congresso do Partido Socialista, realizado recentemente, que serviu para anunciar a recandidatura de Sócrates a primeiro-ministro e as suas propostas para a próxima legislatura;
5ª vez - no último Conselho de ministros.
Isto é, uma medida que ainda não teve nenhuma concretização na realidade escolar de ninguém, que ainda não serviu para coisa alguma já foi anunciada, divulgada, publicitada, no mínimo, cinco vezes e sempre como se fosse a primeira vez.
Já foram ultrapassados os quatro anos da legislatura, ou seja, o tempo normal de duração de um Governo (recordo que José Sócrates vai ter mais meio ano de governação que todos os Governos anteriores) e que realidade temos? A realidade objectiva, indiscutível é, neste domínio como em muitos outros, igual a zero, é igual a nada. Contudo não parece. Parece que estamos, neste domínio como em muitos outros, perante um Governo dinâmico que está sempre em movimento, que está sempre a fazer coisas, que está sempre a tratar de nós, que só pensa em nós, que faz tudo por nós.
Desta forma, é justo reconhecer que, comparativamente com a eficácia da gigantesca encenação socrática, qualquer dos conhecidos milagres, por exemplo, o milagre da multiplicação do pão, não é mais que um simples prolegómeno à arte da prestidigitação. Ao contrário do milagre dos pães, e de outros, Sócrates opera milagres a partir do nada. Multiplica o nada por nada, anuncia, anuncia, anuncia e faz-nos crer que gera obra.
Agora, foi a vez dos doze anos de escolaridade obrigatória; em Fevereiro, foi o anúncio, pela quarta vez, do início das obras de construção do IP8; no final do ano passado, foi a encenação com os Magalhães que foram entregues aos alunos para as televisões filmarem e, logo que concluída a sessão de marketing, rapidamente rapinados das mãos das crianças e volvidos à procedência; há seis meses...
Podemos até admitir que Deus quer e que certamente Sócrates sonha, mas a verdade é que, com ele, a obra raramente nasce.
1ª vez - na campanha eleitoral, em 2005;
2ª vez - no programa do governo, aprovado pela Assembleia da República;
3ª vez - há poucos meses, aquando da chamada de atenção do Presidente da República para essa questão;
4ª vez - no congresso do Partido Socialista, realizado recentemente, que serviu para anunciar a recandidatura de Sócrates a primeiro-ministro e as suas propostas para a próxima legislatura;
5ª vez - no último Conselho de ministros.
Isto é, uma medida que ainda não teve nenhuma concretização na realidade escolar de ninguém, que ainda não serviu para coisa alguma já foi anunciada, divulgada, publicitada, no mínimo, cinco vezes e sempre como se fosse a primeira vez.
Já foram ultrapassados os quatro anos da legislatura, ou seja, o tempo normal de duração de um Governo (recordo que José Sócrates vai ter mais meio ano de governação que todos os Governos anteriores) e que realidade temos? A realidade objectiva, indiscutível é, neste domínio como em muitos outros, igual a zero, é igual a nada. Contudo não parece. Parece que estamos, neste domínio como em muitos outros, perante um Governo dinâmico que está sempre em movimento, que está sempre a fazer coisas, que está sempre a tratar de nós, que só pensa em nós, que faz tudo por nós.
Desta forma, é justo reconhecer que, comparativamente com a eficácia da gigantesca encenação socrática, qualquer dos conhecidos milagres, por exemplo, o milagre da multiplicação do pão, não é mais que um simples prolegómeno à arte da prestidigitação. Ao contrário do milagre dos pães, e de outros, Sócrates opera milagres a partir do nada. Multiplica o nada por nada, anuncia, anuncia, anuncia e faz-nos crer que gera obra.
Agora, foi a vez dos doze anos de escolaridade obrigatória; em Fevereiro, foi o anúncio, pela quarta vez, do início das obras de construção do IP8; no final do ano passado, foi a encenação com os Magalhães que foram entregues aos alunos para as televisões filmarem e, logo que concluída a sessão de marketing, rapidamente rapinados das mãos das crianças e volvidos à procedência; há seis meses...
Podemos até admitir que Deus quer e que certamente Sócrates sonha, mas a verdade é que, com ele, a obra raramente nasce.