Fiquei ontem a saber que, afinal, era tudo mentira: uma tal banda de nome Xutos & Pontapés, autora de uma música que, segundo me disseram, está muito em voga, de nome Sem Eira Nem Beira, e onde se fala constantemente num tal «senhor engenheiro» e em «enganar o povo que acreditou» e que «esta merda vai mudar» e expressões um pouco mais hard (fui ouvir a música e é verdade que diz isso e muito mais), nunca teve em mente criticar o engenheiro José Sócrates. Nunca. Declaram-no com todas as letras e com toda a falta de vergonha, na edição desta semana do Sol. Um dos membros dessa banda, de sua graça Zé Pedro, diz mesmo: «Não queremos ser embrulhados em coisas políticas» e «eu gosto muito do Sócrates».
Portanto, aquela coisa, na letra da canção, de «senhor engenheiro» para a frente e «senhor engenheiro» para trás foi coincidência, não tem nada que ver com o engenheiro José Sócrates, primeiro-ministro do Governo de Portugal. A outra coisa que por lá se ouve de «enganar o povo que acreditou» não só não se relaciona minimamente com o engenheiro Sócrates como não tem nada que possa ser ligado com o embrulho da política. Finalmente, a parte que diz «esta merda vai mudar» também não tem qualquer relação com a tal política nem com o tal engenheiro, é mesmo tão só e apenas uma coisa escatológica.
Quanto ao declarado gosto que manifestam por Sócrates, devemos ter presente que é, obviamente, uma apreciação pessoal ou estética ou afectiva ou de outra índole qualquer, mas não política.
Isto levanta um problema, porque a única utilidade que aquela música poderia ter era mesmo ser uma crítica política, mas como, pelos vistos, não é, então, não tem serventia nenhuma. A música é péssima e a letra, ficamos agora a saber, é ininteligível. Serve então para quê? Para ouvir não é, certamente.
Veio-me agora à memória um antigo programa da rádio. Esse programa tinha uma rubrica de crítica diária a toda a música xunga que fosse editada. O locutor, depois de passar à lupa a mediocridade da letra e da música da canção, encerrava a crítica sempre com a mesma frase: «Este disco é intocável, mas de certeza que não é inquebrável», e depois partia-o.
Claro que foi uma mera coincidência ter-me lembrado disto, não tem nada que ver com o tal disco do grupo dos pontapés...
Portanto, aquela coisa, na letra da canção, de «senhor engenheiro» para a frente e «senhor engenheiro» para trás foi coincidência, não tem nada que ver com o engenheiro José Sócrates, primeiro-ministro do Governo de Portugal. A outra coisa que por lá se ouve de «enganar o povo que acreditou» não só não se relaciona minimamente com o engenheiro Sócrates como não tem nada que possa ser ligado com o embrulho da política. Finalmente, a parte que diz «esta merda vai mudar» também não tem qualquer relação com a tal política nem com o tal engenheiro, é mesmo tão só e apenas uma coisa escatológica.
Quanto ao declarado gosto que manifestam por Sócrates, devemos ter presente que é, obviamente, uma apreciação pessoal ou estética ou afectiva ou de outra índole qualquer, mas não política.
Isto levanta um problema, porque a única utilidade que aquela música poderia ter era mesmo ser uma crítica política, mas como, pelos vistos, não é, então, não tem serventia nenhuma. A música é péssima e a letra, ficamos agora a saber, é ininteligível. Serve então para quê? Para ouvir não é, certamente.
Veio-me agora à memória um antigo programa da rádio. Esse programa tinha uma rubrica de crítica diária a toda a música xunga que fosse editada. O locutor, depois de passar à lupa a mediocridade da letra e da música da canção, encerrava a crítica sempre com a mesma frase: «Este disco é intocável, mas de certeza que não é inquebrável», e depois partia-o.
Claro que foi uma mera coincidência ter-me lembrado disto, não tem nada que ver com o tal disco do grupo dos pontapés...