O modelo de avaliação do desempenho docente de Lurdes Rodrigues foi justamente repudiado por quase toda a gente. Pelos professores, evidentemente, e por toda a classe política, exceptuando a maioria dos deputados do PS.
O actual modelo de avaliação é, tecnicamente, muito semelhante ao de Lurdes Rodrigues. Não se compreende, pois, que, de repente, como se algo de substancial tivesse sido alterado, se tenha passado do estado de rejeição ao estado de aceitação e/ou de silêncio, por parte de muitos ex-contestatários (onde se incluem os sindicatos).
Os que agora, misteriosamente, passaram a ver virtualidades na avaliação em vigor, costumam argumentar que o actual modelo não incorpora um elemento que, no anterior, era inaceitável: a dependência da avaliação dos professores dos resultados dos alunos. Isto é, o anterior modelo estabelecia que as taxas de insucesso e de abandono escolar dos alunos pesavam na avaliação do desempenho dos professores. Pelas razões óbvias, isto foi rejeitado (a este propósito, devemos recordar que estamos perante uma ideia já anquilosada: em Inglaterra, nos finais do séc.XIX, foi realizada a primeira tentativa de avaliar os professores e de lhes pagar segundo os resultados obtidos pelos seus alunos. Resultado: em 1902, o Parlamento inglês revogou essa lei, porque considerou que o sistema educativo estava a ser corrompido).
Agora, aquilo que foi liminarmente rejeitado está a ser novamente introduzido, mas de modo sub-reptício. O Ministério da Educação determinou que cada escola tem de definir, ano a ano, e a começar já no presente, melhorias progressivas das taxas de sucesso dos seus alunos e de redução do abandono escolar. A quantificação do sucesso e do abandono passam a ser objectivos anuais de cada escola. Ora, o modelo de avaliação do desempenho docente, em vigor, determina que cada professor é avaliado, entre outros factores, pelo contributo que deu para a concretização dos objectivos definidos pela escola, o que significa dizer que os professores, cujas turmas fiquem aquém das taxas definidas, serão penalizados na avaliação do seu desempenho.
Aquilo que o Ministério da Educação não conseguiu, há três anos, fazer entrar pela porta principal, está a fazer entrar pela porta das traseiras.
Os que agora, misteriosamente, passaram a ver virtualidades na avaliação em vigor, costumam argumentar que o actual modelo não incorpora um elemento que, no anterior, era inaceitável: a dependência da avaliação dos professores dos resultados dos alunos. Isto é, o anterior modelo estabelecia que as taxas de insucesso e de abandono escolar dos alunos pesavam na avaliação do desempenho dos professores. Pelas razões óbvias, isto foi rejeitado (a este propósito, devemos recordar que estamos perante uma ideia já anquilosada: em Inglaterra, nos finais do séc.XIX, foi realizada a primeira tentativa de avaliar os professores e de lhes pagar segundo os resultados obtidos pelos seus alunos. Resultado: em 1902, o Parlamento inglês revogou essa lei, porque considerou que o sistema educativo estava a ser corrompido).
Agora, aquilo que foi liminarmente rejeitado está a ser novamente introduzido, mas de modo sub-reptício. O Ministério da Educação determinou que cada escola tem de definir, ano a ano, e a começar já no presente, melhorias progressivas das taxas de sucesso dos seus alunos e de redução do abandono escolar. A quantificação do sucesso e do abandono passam a ser objectivos anuais de cada escola. Ora, o modelo de avaliação do desempenho docente, em vigor, determina que cada professor é avaliado, entre outros factores, pelo contributo que deu para a concretização dos objectivos definidos pela escola, o que significa dizer que os professores, cujas turmas fiquem aquém das taxas definidas, serão penalizados na avaliação do seu desempenho.
Aquilo que o Ministério da Educação não conseguiu, há três anos, fazer entrar pela porta principal, está a fazer entrar pela porta das traseiras.