Independentemente de gostos e de filiações partidárias, há uma pergunta que todos temos de fazer: é aceitável?
A sucessão dos inenarráveis acontecimentos políticos a que fomos assistindo durante esta semana é aceitável? É aceitável que as mais altas figuras do Estado se comportem como se comportaram e como se desenha que venham a comportar-se? É aceitável que se engendrem as maiores patifarias políticas, que se brinque com a vida dos portugueses e que tudo termine como se nada tivesse sucedido?
Chegámos a um ponto em que não são apenas as políticas praticadas que repugnam — pelas injustiças que provocam e pelo empobrecimento que geram — são também os protagonistas dessas políticas que repugnam. Repugnam porque o seu comportamento enxovalha a República e a Democracia e acima de tudo enxovalha as pessoas que supostamente representam.
Reclamar por eleições antecipadas já não é somente uma reivindicação política é um imperativo de decência.