quarta-feira, 24 de abril de 2013

Poemas

E LEVANTAM-SE AS PESSOAS

E levantam-se as pessoas
Como quem se adormecesse.
Preparam-se para o sono
De uma vigília nas ruas
Nas casas e nos empregos.

E naufragam e sufocam
Nas avenidas do Tempo.
Conversam como quem fecha
Creches gaiolas enterros
— Crianças aves e mortos.

Nos sorrisos e nos risos
Na lucidez dos reflexos
Pensam os tristes dos homens
Ganhar os dias correndo.
Mas são retidos nas sombras.
São amarrados ao vento
São sacudidos em potros
e forcas de entendimento.

Eles que são cabeleiras,
Nas chuvas de outros intentos
Nos rios e nas goteiras.

E levantam-se as pessoas
Como quem fosse viver.

Dá o Sol por sobre o Dia
Faz o dia apodrecer.

(Maduro quer dizer Morte
Com toda a sabedoria)

Deitam-se então as pessoas
Para a morte de outro dia.

Natércia Freire