sexta-feira, 25 de junho de 2010

Está a terminar mais um ano de malfeitorias na Educação

Está a chegar ao fim mais um ano lectivo.
Os professores podem estar satisfeitos com o estado da Educação em Portugal?
Tenho como seguro que serão muito poucos os professores que, com sinceridade, podem sentir satisfação com a situação a que o País chegou, neste domínio.
Naturalmente que aqui não incluo aqueles directores, aqueles (agora extintos) professores titulares e aqueles professores avaliadores que, com a obtenção desses títulos, alcançaram o ponto mais alto da sua realização pessoal e profissional. Vários deles estão profunda e sinceramente gratos a Lurdes Rodrigues. Não fosse aquela ministra, não fosse Sócrates, não fossem os governos do PS, e muitos deles nunca teriam saído do anonimato a que a sua mediocridade profissional naturalmente os teria condenado.
Uns nunca teriam tido a possibilidade, que para muitos é uma volúpia, de ouvirem ser chamados de «senhor director» ou de «senhora directora»; outros nunca teriam tido o prazer de se sentirem distinguidos com o título de «professor titular», que, do ponto de vista de quem assim sente, os colocava inexoravelmente acima, muito acima, dos vulgares professores; aqueloutros nunca teriam alcançado o júbilo de avaliar colegas — mesmo que, na esmagadora maioria dos casos, não tivessem, nem tenham, nenhuma formação ou preparação para o cargo, e mesmo que não existissem, nem existam, condições mínimas para o exercício sério e credível da função. Contudo, para muitos dos empossados avaliadores, o título de avaliador foi/é, só por si, capacitante para a função — conheço, todavia, quem exerça a função de avaliador e não consiga escrever um parágrafo, de meia dúzia de linhas, sem dar dois ou três erros ortográficos, daqueles que, noutros tempos, eram merecedores de palmatória.
Foi com este grupo de professores e com a ajuda de alguns sindicatos e do PSD que foi possível concretizar a política educativa mais irresponsável e aventureira desde o 25 de Abril, de 1974. Quando o poder é incompetente, como foi e é o caso das ministras da Educação do PS, é necessário que, no terreno, alguém lhe dê o suporte para que sobreviva.
Depois de quatro anos e meio de consulado de Lurdes Rodrigues, e depois de um ano de Isabel Alçada, as malfeitorias à Educação não pararam nem param. Para além do inaceitável novo Estatuto da Carreira Docente, recém-publicado, e da manutenção do incompetente modelo de avaliação, instalou-se agora a confusão com mais uma desastrosa medida: a criação dos mega-agrupamentos, resultantes da estúpida fusão de escolas, que tem como exclusivo objectivo poupar dinheiro, sem olhar a meios. O que, nestes casos, significa dizer: sem olhar aos interesses dos alunos, ou, por outras palavras, sem olhar à qualidade pedagógica que esses mega-agrupamentos vão oferecer.
O Partido Socialista vai ficar na História de Portugal como o coveiro da nossa Educação, no séc. XXI. De facto, é muito difícil imaginar poder vir a existir um outro governo capaz de ser tão incompetente tão repetida e tão continuadamente, como são os governos de Sócrates.