sábado, 5 de junho de 2010

Ao sábado: momento quase filosófico


Acerca da Filosofia da Linguagem

«Durante os últimos tempos, os linguistas e os filósofos da linguagem desgastaram-se a pesquisar universais linguísticos, quer dizer, características comuns a todas as línguas.
No entanto, apesar de ter sido descoberta uma série de recursos partilhados por todas as línguas verbais, verificou-se que este campo de estudo era especialmente escorregadio, tão escorregadio que mais do que um filósofo deu uma ou outra escorregadela por generalizar apressadamente. Como aquele simpático caso que John Allen Paulos contava no seu livro Penso, logo Rio, sobre um filósofo que apresentava uma conferência sobre a linguagem, afirmando que enquanto existem línguas onde a dupla negação tem um sentido positivo, noutras línguas tem um sentido negativo e não há, no entanto, nenhuma língua em que uma dupla afirmação tenha um sentido negativo. Tese que ficou desmentida de repente, quando um dos assistentes respondeu com ironia «Sim, sim».
Pedro González Calero, A Filosofia com Humor