«[No livro 5000 Anos a. C. e Outras Fantasias Filosóficas], conta Raymond Smullyan que [um mago], para demonstrar a existência de Deus perante Carnap, [...] utilizou a aliança entre um truque de magia e uma lei lógica. Quando o mago terminou a sua suposta demonstração e ficou patente que esta se baseava num truque de magia, Carnap exclamou:
— Ah! Claro, prova por prestidigitação! A mesma utilizada por todos os teólogos!
Com efeito, através do exercício de prestidigitação com a linguagem quis demonstrar-se muitas vezes a existência de Deus. Assim, os padres [...] defenderam durante muito tempo a ideia de que Deus tinha de existir porque assim dizem as Sagradas Escrituras. Mas como sabemos que as Sagradas Escrituras dizem a verdade? Porque as Sagradas Escrituras são a palavra de Deus, respondiam os padres [...].
Como se vê, o argumento incorre na falácia chamada "petição de princípio" (ou também "círculo vicioso") e recorda uma história judia contada por José António Marina no seu livro Dictamen sobre Dios:
"Dois piedosos judeus discutem sobre as excelências dos respectivos rabinos. Um diz:
— Deus conversa com o nosso rabino todas as sextas-feiras.
— Como sabes? — perguntou o outro.
— O próprio rabino nos disse.
— E como sabes que não mente?
— Como iria mentir um homem com quem Deus fala todas as sextas-feiras?"»
— Ah! Claro, prova por prestidigitação! A mesma utilizada por todos os teólogos!
Com efeito, através do exercício de prestidigitação com a linguagem quis demonstrar-se muitas vezes a existência de Deus. Assim, os padres [...] defenderam durante muito tempo a ideia de que Deus tinha de existir porque assim dizem as Sagradas Escrituras. Mas como sabemos que as Sagradas Escrituras dizem a verdade? Porque as Sagradas Escrituras são a palavra de Deus, respondiam os padres [...].
Como se vê, o argumento incorre na falácia chamada "petição de princípio" (ou também "círculo vicioso") e recorda uma história judia contada por José António Marina no seu livro Dictamen sobre Dios:
"Dois piedosos judeus discutem sobre as excelências dos respectivos rabinos. Um diz:
— Deus conversa com o nosso rabino todas as sextas-feiras.
— Como sabes? — perguntou o outro.
— O próprio rabino nos disse.
— E como sabes que não mente?
— Como iria mentir um homem com quem Deus fala todas as sextas-feiras?"»
Pedro González Calero, A Filosofia com Humor