«O ano de 2007 foi pior para o primeiro-ministro do que para os jornais, pois ainda restaram alguns - e bons! - para informar o país sobre o caso da "Universidade Independente (UnI)". Em bom rigor, não foi só um caso, mas dois, já que um envolveu a licenciatura e outro a própria universidade, que o governo socialista viria a fechar a toda a velocidade. [...]
Foi a primeira grande machadada na credibilidade de José Sócrates. O país ficou a saber que tinha um primeiro-ministro com um curriculum académico mais do que duvidoso. Não pela falta de qualidade gritante da UnI, um facto conhecido por qualquer estudante do ensino universitário, mas pelo carácter duvidoso de várias etapas até atingir o 'canudo'. A imagem, a tal imagem que passou foi a do governante prosaico e finório, associado ao 'vale tudo' para atingir um objectivo formal, de aparência, sem qualquer tipo de pudor em usar o cargo público que ocupava.[...]
Mais uma vez, a enorme arrogância foi-lhe fatal. Cada dia de silêncio em relação aos impressionantes detalhes do processo, relatados diariamente pela comunicação social, representou um enorme prejuízo para a sua imagem e para a credibilidade do país. Mas o silêncio era público, pois em privado José Sócrates desatou a telefonar a diversos jornalistas e directores, num jogo de pressões inaceitáveis em Democracia, que deu lugar à intervenção da ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, amplamente noticiada e comentada.
A protecção a José Sócrates, mais uma, assumiu proporções inimagináveis, como apontou Constança Cunha e Sá: "O facto de o Expresso só ter tido acesso ao dossiê nove meses depois de a Comissão de Acesso aos Dados Administrativos ter ordenado à Entidade Reguladora para a Comunicação Social para divulgar o conteúdo do 'processo Sócrates', levando um especialista em Direito da Comunicação Social a afirmar que a entidade criada para assegurar 'o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa' agiu, neste caso, 'como instrumento de impedimento da liberdade de informar e de ser informado' é a gota de água num processo que desacredita, de forma irremediável, a qualidade da nossa democracia. E quando um dos conselheiros, favorável à audição do primeiro-ministro, garante que foi alvo de 'insultos, ameaças e intimidações' nas reuniões da ERC, só nos ocorre perguntar como é que tudo isto se tornou possível".»
Foi a primeira grande machadada na credibilidade de José Sócrates. O país ficou a saber que tinha um primeiro-ministro com um curriculum académico mais do que duvidoso. Não pela falta de qualidade gritante da UnI, um facto conhecido por qualquer estudante do ensino universitário, mas pelo carácter duvidoso de várias etapas até atingir o 'canudo'. A imagem, a tal imagem que passou foi a do governante prosaico e finório, associado ao 'vale tudo' para atingir um objectivo formal, de aparência, sem qualquer tipo de pudor em usar o cargo público que ocupava.[...]
Mais uma vez, a enorme arrogância foi-lhe fatal. Cada dia de silêncio em relação aos impressionantes detalhes do processo, relatados diariamente pela comunicação social, representou um enorme prejuízo para a sua imagem e para a credibilidade do país. Mas o silêncio era público, pois em privado José Sócrates desatou a telefonar a diversos jornalistas e directores, num jogo de pressões inaceitáveis em Democracia, que deu lugar à intervenção da ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, amplamente noticiada e comentada.
A protecção a José Sócrates, mais uma, assumiu proporções inimagináveis, como apontou Constança Cunha e Sá: "O facto de o Expresso só ter tido acesso ao dossiê nove meses depois de a Comissão de Acesso aos Dados Administrativos ter ordenado à Entidade Reguladora para a Comunicação Social para divulgar o conteúdo do 'processo Sócrates', levando um especialista em Direito da Comunicação Social a afirmar que a entidade criada para assegurar 'o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa' agiu, neste caso, 'como instrumento de impedimento da liberdade de informar e de ser informado' é a gota de água num processo que desacredita, de forma irremediável, a qualidade da nossa democracia. E quando um dos conselheiros, favorável à audição do primeiro-ministro, garante que foi alvo de 'insultos, ameaças e intimidações' nas reuniões da ERC, só nos ocorre perguntar como é que tudo isto se tornou possível".»
Rui Costa Pinto, José Sócrates - o Homem e o Líder, Exclusivo Edições, pp. 131-133.