Acabou. O intervalo terminou. Foi bom, foi bom mudar de ares, conhecer outras gentes e outros lugares, saborear a natureza, não pensar em mais nada que não fosse fruir o que de magnífico o deserto, a montanha e as pessoas que aí vivem nos oferecem sem qualquer soberba: beleza e afectos que nos envolvem, acarinham e emocionam.
Mas estes intervalos também nos interpelam: quando vemos a beleza e a pobreza lado a lado, quando vemos, no meio de deslumbrantes paisagens, as condições desumanas em que sobrevivem tantas crianças, tantos seres humanos, sentimo-nos interpelados, perguntamos à nossa consciência que parcela de responsabilidade nos cabe na manutenção e no alastramento da miséria e do sofrimento no mundo.
Mas estes intervalos também nos interpelam: quando vemos a beleza e a pobreza lado a lado, quando vemos, no meio de deslumbrantes paisagens, as condições desumanas em que sobrevivem tantas crianças, tantos seres humanos, sentimo-nos interpelados, perguntamos à nossa consciência que parcela de responsabilidade nos cabe na manutenção e no alastramento da miséria e do sofrimento no mundo.
E pomo-nos a pensar quais são as ideologias, as elaborações teóricas, as mundivisões (ao que parece, palavra agora na moda) que produzem, que permitem, que engendram as sociedades em que vivemos.
E pensamos que todos somos responsáveis, todos. Há, como em tudo, uns que são mais responsáveis que outros, neste caso, os políticos, aqueles que voluntariamente se propõem a mudar o mundo, mas que não o fazem — ou muitas vezes fazem-no, para pior. E aquilo que deveria ser considerado um comportamento louvável, um acto de entrega desinteressada à causa pública, não passa, de facto, de um acto, na maior parte dos casos, movido pela obsessão do protagonismo pessoal e pela atracção do poder.
Mas, seja como for, somos todos responsáveis. E como responsáveis resta-nos olhar para o espelho e perguntar qual das duas possibilidades elegemos como nossa: a possibilidade de nos conformarmos, de aceitarmos, de resignarmos, ou a possibilidade de afirmarmos que não existe nenhuma lei, da natureza ou divina, que nos condene ao destino da desumanização — seja nas montanhas mais recônditas, seja nas cidades mais transbordantes de tecnologia.
Queira cada um de nós agir, segundo a sua consciência, no seu micro, pequeno ou médio ecossistema e, certamente, aquilo que parece ser uma inevitabilidade deixará de o ser. O intervalo chegou ao fim.
E pensamos que todos somos responsáveis, todos. Há, como em tudo, uns que são mais responsáveis que outros, neste caso, os políticos, aqueles que voluntariamente se propõem a mudar o mundo, mas que não o fazem — ou muitas vezes fazem-no, para pior. E aquilo que deveria ser considerado um comportamento louvável, um acto de entrega desinteressada à causa pública, não passa, de facto, de um acto, na maior parte dos casos, movido pela obsessão do protagonismo pessoal e pela atracção do poder.
Mas, seja como for, somos todos responsáveis. E como responsáveis resta-nos olhar para o espelho e perguntar qual das duas possibilidades elegemos como nossa: a possibilidade de nos conformarmos, de aceitarmos, de resignarmos, ou a possibilidade de afirmarmos que não existe nenhuma lei, da natureza ou divina, que nos condene ao destino da desumanização — seja nas montanhas mais recônditas, seja nas cidades mais transbordantes de tecnologia.
Queira cada um de nós agir, segundo a sua consciência, no seu micro, pequeno ou médio ecossistema e, certamente, aquilo que parece ser uma inevitabilidade deixará de o ser. O intervalo chegou ao fim.