Acerca da Filosofia da Religião
— Crença em Deus —
— Crença em Deus —
«Um agnóstico é uma pessoa que pensa que a existência de Deus não pode ser provada com base na prova aceite consensualmente, mas que não nega a possibilidade de Deus existir. O agnóstico está um passo atrás de um ateu, que considera que o caso contra a existência de Deus está encerrado. Se ambos se deparassem com um arbusto a arder e a dizer "Eu sou o que sou", o agnóstico começaria a procurar o gravador escondido, mas o ateu limitar-se-ia a encolher os ombros e a pegar nos seus marshmallows.
[...]
Há muito que os filósofos chegaram à conclusão de que é inútil crentes e ateus discutirem uns com os outros. Isto deve-se ao facto de interpretaram tudo de forma diferente. Para haver uma discussão, tem de existir alguma base comum, para que um dos participantes possa dizer "Aha! Se admite x, então também tem de admitir y!". Os ateus e os crentes nunca encontram um x com o qual possam estar de acordo. A discussão nunca pode começar porque cada um vê tudo do seu ponto de vista. É um pouco abstracto, mas esta história concretiza — na verdade, de uma forma muito específica.
Uma velhinha cristã vem ao alpendre de sua casa todas as manhãs e grita.
— Louvado seja o Senhor!
E, todas as manhãs, o ateu que vive na casa ao lado grita em resposta:
— Deus não existe!
Isto repete-se durante semanas.
— Louvado seja o Senhor! — grita a senhora.
— Deus não existe! — responde o vizinho.
O tempo vai passando e a velhota começa a ter problemas financeiros e tem dificuldade para comprar comida. Sai para o alpendre e pede ajuda a Deus para as compras da mercearia, dizendo em seguida:
— Louvado seja o Senhor!
Na manhã seguinte, quando sai para o alpendre vê as mercearias que tinha pedido. Como não podia deixar de ser, grita:
— Louvado seja o Senhor!
O ateu salta de trás de um arbusto e diz:
— Ah! Fui eu que comprei essa mercadorias. Deus não existe!
A senhora olha para ele e sorri.
— Louvado seja o senhor! — grita. — Não só ouviste o meu pedido, Senhor, como fizeste Satanás pagar as compras!»
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Há muito que os filósofos chegaram à conclusão de que é inútil crentes e ateus discutirem uns com os outros. Isto deve-se ao facto de interpretaram tudo de forma diferente. Para haver uma discussão, tem de existir alguma base comum, para que um dos participantes possa dizer "Aha! Se admite x, então também tem de admitir y!". Os ateus e os crentes nunca encontram um x com o qual possam estar de acordo. A discussão nunca pode começar porque cada um vê tudo do seu ponto de vista. É um pouco abstracto, mas esta história concretiza — na verdade, de uma forma muito específica.
Uma velhinha cristã vem ao alpendre de sua casa todas as manhãs e grita.
— Louvado seja o Senhor!
E, todas as manhãs, o ateu que vive na casa ao lado grita em resposta:
— Deus não existe!
Isto repete-se durante semanas.
— Louvado seja o Senhor! — grita a senhora.
— Deus não existe! — responde o vizinho.
O tempo vai passando e a velhota começa a ter problemas financeiros e tem dificuldade para comprar comida. Sai para o alpendre e pede ajuda a Deus para as compras da mercearia, dizendo em seguida:
— Louvado seja o Senhor!
Na manhã seguinte, quando sai para o alpendre vê as mercearias que tinha pedido. Como não podia deixar de ser, grita:
— Louvado seja o Senhor!
O ateu salta de trás de um arbusto e diz:
— Ah! Fui eu que comprei essa mercadorias. Deus não existe!
A senhora olha para ele e sorri.
— Louvado seja o senhor! — grita. — Não só ouviste o meu pedido, Senhor, como fizeste Satanás pagar as compras!»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...