Notícia do Sol on line (16/02/09):
Desde Novembro passado que Mário Nogueira alterna discursos agressivos com discursos anódinos ou ausências inexplicáveis. É um sindicalismo de sobe e desce. Depois da gaffe monumental que foi a assinatura do Memorando de Entendimento com o ME e depois de se aperceberem da influência que os movimentos independentes e os blogues têm ou podem ter junto dos professores, os sindicatos aprenderam a lição e mudaram de estratégia.
Agora, dois elementos são fundamentais na nova orientação da acção sindical:
Foi o que aconteceu, agora, com a abertura da batalha jurídica iniciada pelo blogue A Educação do Meu Umbigo, com a contratação de um especialista em direito administrativo, Garcia Pereira; que foi imediatamente seguida pelo anúncio de uma bateria de mil e uma contestações jurídicas prometidas pelos sindicatos e seguida de marcação de uma conferência de imprensa para o mesmo dia e a mesma hora da promovida por Paulo Guinote, autor daquele blogue, com a presença do referido jurista.
Segundo elemento: contestação «quanto baste» à política do Governo, marcada pela alternância de momentos mais agressivos — de modo a não verem comprometida, novamente, a credibilidade dos sindicatos junto dos professores (como aconteceu aquando do memorando) — com performances suaves — de modo a não conduzirem a contestação até às últimas consequências.
Desde a greve do dia 3 de Dezembro, é isso que tem acontecido. Nos dias que se seguiram àquela greve histórica, o discurso de Mário Nogueira, repentinamente, perdeu força e, em simultâneo e surpreendentemente, foi o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, quem começou a proferir discursos cada vez mais agressivos e ameaçadores, como ainda hoje o continua a fazer.
Após a saída do Decreto Regulamentar 1-A/2009, o decreto do simplex, e quando era obrigatório iniciar uma campanha fortíssima e ininterrupta de apoio aos professores para que não entregassem os Objectivos Individuais, assistimos a espaçadas aparições de Mário Nogueira, pouco determinadas e pouco mobilizadoras. Não chega dizer, uma vez por semana (com excepção da semana anterior à greve de Janeiro em que houve mais movimentação) que a luta depende dos professores e que os sindicatos darão apoio. No momento mais difícil, no momento mais decisivo — última semana de Janeiro e primeira de Fevereiro — foi um discurso morno que imperou. No momento em que era necessário um liderança firme, surgiu um homem frouxo ou omisso. No momento em que era necessário uma organização forte de todos os sindicatos, e que todos, nas escolas, sentissem a sua presença, vimos amadorismo, ineficácia, ausência e errância. De tal modo que muitos colegas perguntavam: «então, e os sindicatos?», «que dizem eles?», «desapareceram, mais uma vez?».
Agora, temos mais um arrufo de sindicalismo agressivo, com umas frases sonoras, umas ameaças, mas tudo com pouca substância e pouca credibilidade, e atira-se para o 3º período a auscultação do que os professores querem fazer.
Entretanto, a água vai passando por baixo das pontes, arrastando botes e botes que, à deriva, sem porto de abrigo, ainda não sabem a que mar vão parar...
Protestos de professores contra avaliação podem endurecer no terceiro período
«O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, advertiu hoje que os professores podem voltar a endurecer os protestos durante o terceiro período de aulas, com greves e manifestações, caso o actual modelo de avaliação não seja suspenso: «Vai estar tudo em cima da mesa, desde greves de uma hora até greves às avaliações, até ao final do ano (lectivo) e isso vão ser os professores a decidir», avisou Mário Nogueira, em Coimbra. «Se se mantiver esta situação, as acções que iremos fazer serão as que os professores quiserem e aí vai ser até ao limite», disse.»Desde Novembro passado que Mário Nogueira alterna discursos agressivos com discursos anódinos ou ausências inexplicáveis. É um sindicalismo de sobe e desce. Depois da gaffe monumental que foi a assinatura do Memorando de Entendimento com o ME e depois de se aperceberem da influência que os movimentos independentes e os blogues têm ou podem ter junto dos professores, os sindicatos aprenderam a lição e mudaram de estratégia.
Agora, dois elementos são fundamentais na nova orientação da acção sindical:
Primeiro elemento: atenção permanente às iniciativas que os movimentos e os blogues podem/estão a desencadear e, de imediato, responder com iniciativas que visem retirar-lhes protagonismo ou eficácia.
Foi o que aconteceu com a Manifestação Nacional convocada para 15 de Novembro pelos movimentos. De imediato, os sindicatos anteciparam para 8 do mesmo mês a manifestação que tinham agendada só para Março.Foi o que aconteceu, agora, com a abertura da batalha jurídica iniciada pelo blogue A Educação do Meu Umbigo, com a contratação de um especialista em direito administrativo, Garcia Pereira; que foi imediatamente seguida pelo anúncio de uma bateria de mil e uma contestações jurídicas prometidas pelos sindicatos e seguida de marcação de uma conferência de imprensa para o mesmo dia e a mesma hora da promovida por Paulo Guinote, autor daquele blogue, com a presença do referido jurista.
Segundo elemento: contestação «quanto baste» à política do Governo, marcada pela alternância de momentos mais agressivos — de modo a não verem comprometida, novamente, a credibilidade dos sindicatos junto dos professores (como aconteceu aquando do memorando) — com performances suaves — de modo a não conduzirem a contestação até às últimas consequências.
Desde a greve do dia 3 de Dezembro, é isso que tem acontecido. Nos dias que se seguiram àquela greve histórica, o discurso de Mário Nogueira, repentinamente, perdeu força e, em simultâneo e surpreendentemente, foi o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, quem começou a proferir discursos cada vez mais agressivos e ameaçadores, como ainda hoje o continua a fazer.
Após a saída do Decreto Regulamentar 1-A/2009, o decreto do simplex, e quando era obrigatório iniciar uma campanha fortíssima e ininterrupta de apoio aos professores para que não entregassem os Objectivos Individuais, assistimos a espaçadas aparições de Mário Nogueira, pouco determinadas e pouco mobilizadoras. Não chega dizer, uma vez por semana (com excepção da semana anterior à greve de Janeiro em que houve mais movimentação) que a luta depende dos professores e que os sindicatos darão apoio. No momento mais difícil, no momento mais decisivo — última semana de Janeiro e primeira de Fevereiro — foi um discurso morno que imperou. No momento em que era necessário um liderança firme, surgiu um homem frouxo ou omisso. No momento em que era necessário uma organização forte de todos os sindicatos, e que todos, nas escolas, sentissem a sua presença, vimos amadorismo, ineficácia, ausência e errância. De tal modo que muitos colegas perguntavam: «então, e os sindicatos?», «que dizem eles?», «desapareceram, mais uma vez?».
Agora, temos mais um arrufo de sindicalismo agressivo, com umas frases sonoras, umas ameaças, mas tudo com pouca substância e pouca credibilidade, e atira-se para o 3º período a auscultação do que os professores querem fazer.
Entretanto, a água vai passando por baixo das pontes, arrastando botes e botes que, à deriva, sem porto de abrigo, ainda não sabem a que mar vão parar...