domingo, 1 de fevereiro de 2009

Balanço da luta em Pinhal de Frades (Seixal)

Texto enviado por Ana Joaquim:

Em Pinhal de Frades, depois de 92,8% dos docentes do Agrupamento terem subscrito, em Novembro último, uma moção pela suspensão do processo de avaliação, apenas dezasseis docentes não entregaram, em 21 de Janeiro, os seus OI.
E, durante este mês, houve uma jornada de reflexão muito participada... e mais uma greve, com grande adesão... e mais uma moção e ainda uma reunião geral...
A síntese de tudo isto é um número: 16! Num total de cento e muitos!
Seremos, pois, 16 a serem castigados pela «ousadia» de assumir a verticalidade de uma consciência que não se verga à «bastonada», que recusa ser conivente com esta infâmia!

Posto isto, ficam as palavras do poeta:

«Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.»

Miguel Torga