sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ao sábado: momento quase filosófico

Acerca do Argumento Indutivo por Analogia
«Não há nada como um argumento por analogia. [...] Uma utilização do argumento por analogia é encontrada em resposta à questão de que ou quem criou o universo.
Algumas pessoas argumentaram que, como o universo é como um relógio, deve ter sido um Relojoeiro. Como o empirista britânico do século XVIII, David Hume, referiu, este argumento é traiçoeiro, uma vez que não há nada que seja perfeitamente análogo ao universo como um todo, a menos que seja outro universo, por isso não devíamos tentar desvalorizar alguma coisa que seja apenas uma parte deste universo. Em todo o caso, porquê um relógio?, pergunta Hume. Porque não dizer que o universo é semelhante a um canguru? Afinal de contas, ambos são sistemas organicamente interligados. Todavia, a analogia do canguru conduziria a uma conclusão muito diferente acerca da origem do universo: nomeadamente, que nasceu de outro universo depois de esse universo fazer sexo com um terceiro universo. Um problema fundamental dos argumentos por analogia é a suposição de que, como alguns aspectos de A são semelhantes a B, outros aspectos de A são semelhantes a B. Ora, não é necessariamente assim.
Outro problema dos argumentos por analogia é que é possível obter analogias completamente diferentes a partir de diferentes pontos de vista.
Três estudantes de engenharia estão a debater que tipo de Deus terá concebido o corpo humano.
Diz o primeiro:
— Deus deve ser um engenheiro mecânico. Reparem em todas as articulações.
— Eu acho que Deus deve ser um engenheiro electrotécnico. O sistema nervoso tem milhares de ligações eléctricas — defende o segundo.
— Na verdade, Deus é um engenheiro civil. Quem mais passaria um tubo de desperdícios tóxicos através de uma área recreativa? — diz o terceiro.
Em última análise, os argumentos por analogia não são muito satisfatórios.»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...