«Mário Nogueira desvaloriza as declarações do secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, que adiantou que o modelo de avaliação dos professores «não está em causa», considerando que a prova de que há disponibilidade para debater a suspensão é a reunião marcada para dia 15.
«Se não houvesse nenhuma intenção do Ministério de procurar uma saída para situação, não valia a pena uma reunião para nos cumprimentarmos, portanto se há uma agenda aberta é porque há um objectivo, independentemente das palavras que saiam agora na preparação da própria reunião», afirma em declarações à TSF o líder da Plataforma Sindical.
Mário Nogueira acrescenta ainda que os sindicatos só se vão deslocar a este encontro e cancelaram as greves regionais previstas para a próxima semana porque têm esperanças num recuo do Governo.»
A resposta de Mário Nogueira é uma resposta fraca, é uma resposta frouxa. É a resposta standart de quem já está em jogo de bastidores. Não é uma resposta proporcional à força que os professores lhe transmitiram, com a última greve, nem adequada à estratégia de intimidação exercida junto dos professores e de desinformação junto dos órgãos de comunicação social que o Ministério da Educação está a desenvolver.
Não é no momento em que os professores estão mais fortes que o discurso sindical pode amolecer. Não é na altura em que o Governo está a utilizar todas as armas que possui para impor a monstruosidade que criou que os sindicatos se devem mostrar esperançosos na boa-fé do Ministério.
Como também não se compreende que a reunião negocial seja apenas no próximo dia 15. Isto é, porquê dez dias de intervalo entre o dia em que se acorda a reunião e o dia em que ela se vai realizar? O Ministério e os sindicatos têm algo mais importante a tratar nos próximos dias que não seja a luta dos professores?
São, pois, vários os elementos dissonantes que o processo revela, neste momento. E nenhum deles minimamente promissor. Ainda bem que, hoje, está a realizar-se, em Leiria, o Encontro Nacional de Escolas em Luta, promovido pelo MUP e pela APEDE. O que servirá, no mínimo, para lembrar ao Governo e aos sindicatos que qualquer tentativa de uma recauchutada versão do memorando será liminarmente rejeitada pelos professores.
Espero que os sindicatos, e em particular Mário Nogueira, saibam inverter, rapidamente, a orientação do seus discursos.