Algumas passagens da entrevista do escritor Mário Claúdio ao Diário de Notícias:
«[...] Não tenciono ser um fiel seguidor de qualquer acordo [ortográfico]. Há coisas mais importantes em torno do português do que as ortográficas. Desde logo as de carácter sintáctico. A nossa língua está a ser abastardada. As questões sintácticas têm a ver com o raciocínio, são de carácter mental. As outras têm a ver com a cartilha. Quem escreve mal pensa mal e o inverso também é verdadeiro. Escrever mal e pensar mal são a mesma coisa. E escrever mal não é escrever dança com 's'. É essa ganga do mau pensamento que associo hoje à escrita: gente que pensa mal e que escreve mal.»
«Isso [toda a gente escreve livros] tem a ver com a inconsciência, ignorância, arrogância. Não me preocupo que haja muitos livros publicados. São sobretudo senhoras que não têm muito que fazer, ou se têm muito que fazer gostam muito de escrever. Ouvi uma vez uma dizer que de manhã ficava felicíssima quando se sentava à secretária e escrevia os seus textos e era tudo muito cor-de-rosa. Repudio esse universo. Escrever não é nada disso.»
«Agora o despudor é completo [...] pessoas que fazem programas de pura diversão, talk-shows e que só porque têm um nome publicam um livro e intitulam-se logo de escritores.»
«Não sou de puritanismos, mas vejo-me como uma antiga mãe de família se veria num prostíbulo. É um pouco isso.»
Diário de Notícias (4/6/08)
«[...] Não tenciono ser um fiel seguidor de qualquer acordo [ortográfico]. Há coisas mais importantes em torno do português do que as ortográficas. Desde logo as de carácter sintáctico. A nossa língua está a ser abastardada. As questões sintácticas têm a ver com o raciocínio, são de carácter mental. As outras têm a ver com a cartilha. Quem escreve mal pensa mal e o inverso também é verdadeiro. Escrever mal e pensar mal são a mesma coisa. E escrever mal não é escrever dança com 's'. É essa ganga do mau pensamento que associo hoje à escrita: gente que pensa mal e que escreve mal.»
«Isso [toda a gente escreve livros] tem a ver com a inconsciência, ignorância, arrogância. Não me preocupo que haja muitos livros publicados. São sobretudo senhoras que não têm muito que fazer, ou se têm muito que fazer gostam muito de escrever. Ouvi uma vez uma dizer que de manhã ficava felicíssima quando se sentava à secretária e escrevia os seus textos e era tudo muito cor-de-rosa. Repudio esse universo. Escrever não é nada disso.»
«Agora o despudor é completo [...] pessoas que fazem programas de pura diversão, talk-shows e que só porque têm um nome publicam um livro e intitulam-se logo de escritores.»
«Não sou de puritanismos, mas vejo-me como uma antiga mãe de família se veria num prostíbulo. É um pouco isso.»
Diário de Notícias (4/6/08)