domingo, 15 de dezembro de 2013

A prova que não deve e não pode realizar-se

A seriedade e a dignidade profissionais não podem aceitar que se realize uma (pseudo) prova que nada tem a ver com avaliação de conhecimentos nem de capacidades dos professores contratados. 
Fruto da demência política de Rodrigues e do fanatismo ideológico de Crato, esta (pseudo) prova constitui um manifesto acto de abuso de poder, porque nada tem que o fundamente.
Se o Ministério da Educação considera que o Ensino Superior que forma os professores é um ensino fraudulento, deve começar por demonstrá-lo e, se conseguir fazê-lo, deve então retirar às instituições do ensino superior responsáveis pela fraude a respectiva acreditação institucional.
Se o Ministério da Educação considera que o seu modelo de avaliação do desempenho docente, ao qual anualmente são submetidos os professores contratados, é um modelo fraudulento, deve começar por extinguir o modelo que ele próprio criou. 
O que o Ministério da Educação não pode é fazer dos professores contratados as cobaias e as vítimas da sua cobardia política e da sua inépcia em relação ao que alegadamente pretende contestar — a qualidade dos cursos do ensino superior — e da sua incongruência relativamente ao modelo de avaliação do desempenho docente por si imposto.
No total, estes professores já foram submetidos a dezenas de avaliações académicas e profissionais que certificam a sua competência para o exercício das funções que desempenham. Quem ainda não se submeteu a nenhuma prova que certifique os conhecimentos e as competências necessárias às funções que actualmente desempenha foi Nuno Crato, ministro da Educação.
Este governo tem de saber e este ministro tem de aprender que não pode brincar e muito menos achincalhar a classe profissional dos docentes. A irresponsabilidade do governo e do ministro não podem ser pagas pelos professores. Esta prova não deve e não pode mesmo realizar-se.