Nos últimos dias, Passos Coelho tem anunciado insistentemente que estamos «no momento da verdade». Esta afirmação tem as suas curiosidades. Uma delas é o facto da afirmação ser produzida justamente pelo mais mentiroso dos políticos portugueses dos últimos anos. Na realidade, nas últimas décadas nenhum político mentiu como ele — ultrapassou Sócrates, o que não é fácil de conseguir, e enganou os portugueses como ninguém tinha feito.
Do ponto de vista ético, o termo «verdade» pronunciado pelo primeiro-ministro é semelhante a uma blasfémia ou à invocação do nome dos deuses em vão, do ponto de vista religioso. A desconformidade entre o dito e o dizente é chocante, há uma incompatibilidade absoluta entre os dois. De facto, há palavras que deveriam estar interditas à verbalização por parte de certos falantes.
Outro aspecto curioso que aquela afirmação tem, sendo dita por quem foi, é que, se eventualmente este fosse mesmo o momento de alguma verdade, de nada serviria a Passos Coelho repeti-la como o tem feito, porque a reacção normal é a de ignorar tudo o que este Pedro diz, como na história foi ignorado o Pedro que anunciava a chegada do lobo. Se Passos Coelho nos pretende alertar para algum momento especial, o resultado comportamental que obterá dos portugueses será sempre o inverso do que ele possa desejar. Não apenas pelo seu descrédito pessoal mas porque já muitos portugueses perceberam que aquilo que Passos Coelho entende por ser «o bem para o país», por ser «o caminho que devemos seguir», por ser «a verdade que devemos ouvir» constituem, na realidade, «o mal para os portugueses», «o caminho da ruína para o país» e «a verdade dos interesses instalados e a nossa mentira».
Sem escrúpulo, Passos Coelho usa em vão a palavra «verdade» para tentar atemorizar-nos e para tentar pressionar o Tribunal Constitucional a deixar passar todas as malfeitorias que o seu Orçamento de Estado para 2014 incorpora.
Felizmente já estamos inoculados contra as «verdades» deste Pedro.
Do ponto de vista ético, o termo «verdade» pronunciado pelo primeiro-ministro é semelhante a uma blasfémia ou à invocação do nome dos deuses em vão, do ponto de vista religioso. A desconformidade entre o dito e o dizente é chocante, há uma incompatibilidade absoluta entre os dois. De facto, há palavras que deveriam estar interditas à verbalização por parte de certos falantes.
Outro aspecto curioso que aquela afirmação tem, sendo dita por quem foi, é que, se eventualmente este fosse mesmo o momento de alguma verdade, de nada serviria a Passos Coelho repeti-la como o tem feito, porque a reacção normal é a de ignorar tudo o que este Pedro diz, como na história foi ignorado o Pedro que anunciava a chegada do lobo. Se Passos Coelho nos pretende alertar para algum momento especial, o resultado comportamental que obterá dos portugueses será sempre o inverso do que ele possa desejar. Não apenas pelo seu descrédito pessoal mas porque já muitos portugueses perceberam que aquilo que Passos Coelho entende por ser «o bem para o país», por ser «o caminho que devemos seguir», por ser «a verdade que devemos ouvir» constituem, na realidade, «o mal para os portugueses», «o caminho da ruína para o país» e «a verdade dos interesses instalados e a nossa mentira».
Sem escrúpulo, Passos Coelho usa em vão a palavra «verdade» para tentar atemorizar-nos e para tentar pressionar o Tribunal Constitucional a deixar passar todas as malfeitorias que o seu Orçamento de Estado para 2014 incorpora.
Felizmente já estamos inoculados contra as «verdades» deste Pedro.