Chegámos a um ponto perigoso: damos como relativamente normal que o extravagante, o bizarro, o esdrúxulo e o grotesco entrem no nosso quotidiano e se tornem dominantes. No âmbito do excêntrico, o ministério da Educação é um arquétipo.
Um exemplo, entre muitos, muitos outros.
Sem se conhecer o fundamento, o ministério da Educação determinou, através da nova matriz curricular, saída em Junho, uma redução de 25% na carga horária da disciplina de Filosofia, no 10.º e 11º anos do Ensino Recorrente (nocturno), e uma redução de 33% na carga horária da disciplina de Psicologia B, no 12.º ano (diurno). Aconteceu algo de semelhante em várias outras disciplinas.
Apesar de ter operado esta arbitrária e drástica redução nas horas a leccionar, Nuno Crato não teve o cuidado de alterar os programas ou, no mínimo, as orientações de gestão dos programas destas disciplinas, e, assim, as escolas vivem neste momento esta situação impensável: não havendo critério orientador, não existindo coordenação superior, cada escola inventa a adequação que vai fazer dos programas às novas cargas horárias: umas escolas vão cortar aqui e desvalorizar acolá, outras farão provavelmente o inverso, outras seguirão uma terceira via, outras uma quarta e por aí adiante. Isto que, por si mesmo, é do domínio da imbecilidade, mais estultícia revela quando verificamos que algumas destas disciplinas têm exame nacional. No caso concreto dos alunos de Filosofia do Ensino Recorrente, o que está a suceder é inimaginável, mesmo, presumo, no mais recôndito país africano: para além de não existirem quaisquer orientações quanto ao modo de adequar o programa à nova carga horária, ficando os alunos sujeitos à subjectividade de cada escola, estes discentes enfrentam ainda a circunstância de, no final do ano, concorrerem, a nível de exame nacional, com os colegas do ensino regular diurno, apesar de terem menos 25% de aulas nesta disciplina para cumprirem o mesmo programa.
Para além da evidente falta de competência para o cargo, Nuno Crato tem uma inadmissível falta de respeito pelas pessoas.
Apesar de ter operado esta arbitrária e drástica redução nas horas a leccionar, Nuno Crato não teve o cuidado de alterar os programas ou, no mínimo, as orientações de gestão dos programas destas disciplinas, e, assim, as escolas vivem neste momento esta situação impensável: não havendo critério orientador, não existindo coordenação superior, cada escola inventa a adequação que vai fazer dos programas às novas cargas horárias: umas escolas vão cortar aqui e desvalorizar acolá, outras farão provavelmente o inverso, outras seguirão uma terceira via, outras uma quarta e por aí adiante. Isto que, por si mesmo, é do domínio da imbecilidade, mais estultícia revela quando verificamos que algumas destas disciplinas têm exame nacional. No caso concreto dos alunos de Filosofia do Ensino Recorrente, o que está a suceder é inimaginável, mesmo, presumo, no mais recôndito país africano: para além de não existirem quaisquer orientações quanto ao modo de adequar o programa à nova carga horária, ficando os alunos sujeitos à subjectividade de cada escola, estes discentes enfrentam ainda a circunstância de, no final do ano, concorrerem, a nível de exame nacional, com os colegas do ensino regular diurno, apesar de terem menos 25% de aulas nesta disciplina para cumprirem o mesmo programa.
Para além da evidente falta de competência para o cargo, Nuno Crato tem uma inadmissível falta de respeito pelas pessoas.