terça-feira, 11 de setembro de 2012

Poemas

ESPERANÇA

Espremo o sol num poema, e bebo o sumo.
Pode muito esta humana fantasia!
Navegava a direito, no meu rumo,
Quando nisto,
A monção
Desvia-me das velas a ilusão
E atola-me num mar de calmaria!

Mas resisto,
Embebedo-me assim na solidão,
E aguardo que renasça a ventania...

Miguel Torga