«Massimo Salvadori [...] afirma que equidade, justiça social, igualdade dos direitos, solidariedade
"[...] constituem os valores fundadores do socialismo desde que este iniciou a sua história, a partir dos alvores da idade moderna. Eram-no ontem e continuam a sê-lo hoje. Quem não sente estes valores não se torna socialista [...]. Os valores representam uma premissa necessária, embora totalmente insuficiente, de qualquer política socialista. Os valores criam uma disponibilidade, dão e caracterizam uma orientação, mas nada mais. Assentam em determinados pressupostos éticos humanistas, cujo núcleo é representado pelo valor da igualdade.
O socialismo adquire significado concretamente político e social unicamente na medida em que é capaz de oferecer soluções concretas aos problemas das pessoas, quer da vertente da oposição, quer da do governo, e não apenas como corrente ética humanitária solidária " [Salvadori 2001, 91-92].
[Para isso acontecer, é necessário] que as esquerdas tenham a vontade e a coragem de existir por e com pessoas de carne e osso. E mais do que procurar antepassados à direita e à esquerda, olhem para quem (e para como se) vive no mundo do século XXI.
É muito cedo para dizer se alguma coisa está a mover-se à esquerda, ou se continuamos a viver numa espécie de limbo, à espera de Godot [...]»
Franco Cazzola, O Que Resta da Esquerda, Cavalo de Ferro