«Nós somos os primeiros homens por toda a parte confrontados com a pequenez do mundo, com o esgotamento da natureza. É a inversão inesperada do totalitarismo do crescimento. [...]
Mundo de retorno ao físico e ao real. Os automóveis têm carroçarias de metal, os plásticos são fabricados a partir do petróleo e as casas como os imóveis precisam de pedra, de areia, de madeira e de vidro. E o fogo mata. O regresso dos bens reais está escrito. A questão não é das conexões da Internet e do alto débito, do mundo virtual e dos avatares, é a da água, do arroz, da floresta, do ar. A escassez era o facto económico que a super abundância fez esquecer, ao gerar distribuições aberrantes de lucros e de património. A questão de acesso aos bens vitais vai dominar o mundo que está por vir, com a perspectiva razoável dos bens reais racionados e de uma explosão do preço da vida [...] A penúria alimentar é um dado provável nos próximos dez anos.»
Hervé Juvin
Gilles Lipovetsky, Hervé Juvin, O Ocidente Mundializado, Edições 70.