Público, de hoje:
«Fátima Búzio, vice-presidente do conselho executivo da Secundária do Entroncamento [...], aos 55 anos de idade e 36 de serviço, vai entregar os papéis para a reforma no próximo mês. Mesmo sabendo que vai ter uma penalização de 30 por cento. "Estou farta de ser humilhada e maltratada por esta equipa ministerial. Prefiro ser feliz com menos dinheiro", afirma.
Como ela, também o presidente da escola e vários outros colegas já tomaram idêntica decisão. Há o caso de um professor doutorado que decidiu deixar de dar aulas e ficar com uma pensão de 1500 euros ilíquidos — uma enorme penalização face aos mais de dois mil euros que receberia se não se aposentasse antecipadamente.
O problema, garante Fátima Búzio, é que quem está a deixar a escola é quem sempre trabalhou. "Sempre trabalhei muito, apresentei projectos, sempre adorei a escola. Agora perdi a vontade. Em 36 anos de serviço, não me lembro de ver tanta desmotivação e tristeza na escola", relata.
[...] Isabel Melo garante que "não são um, nem dois, nem três, mas centenas" os professores que querem deixar a escola. "Há quem esteja a aceitar penalizações de 30 e 40 por cento. E só não vão mais porque não têm o mínimo necessário de 33 anos de serviço". Diz que há docentes que estão "extremamente cansados" e que o "ambiente nas escolas é qualquer coisa de terrível". "Há um desespero muito grande e os professores sentem-se defraudados", conclui.»
Perante todos estes exemplos, que diz o secretário de Estado da Educação, Válter Lemos? Diz isto: «Não acho nada que os professores tenham demonstrado falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares melhoraram muito e isso deve-se ao seu trabalho».
Não tenho memória de ter conhecido, nestes 34 anos de democracia em Portugal, governantes possuídos de um tão elevado grau de farisaísmo político, como os actuais.
Como ela, também o presidente da escola e vários outros colegas já tomaram idêntica decisão. Há o caso de um professor doutorado que decidiu deixar de dar aulas e ficar com uma pensão de 1500 euros ilíquidos — uma enorme penalização face aos mais de dois mil euros que receberia se não se aposentasse antecipadamente.
O problema, garante Fátima Búzio, é que quem está a deixar a escola é quem sempre trabalhou. "Sempre trabalhei muito, apresentei projectos, sempre adorei a escola. Agora perdi a vontade. Em 36 anos de serviço, não me lembro de ver tanta desmotivação e tristeza na escola", relata.
[...] Isabel Melo garante que "não são um, nem dois, nem três, mas centenas" os professores que querem deixar a escola. "Há quem esteja a aceitar penalizações de 30 e 40 por cento. E só não vão mais porque não têm o mínimo necessário de 33 anos de serviço". Diz que há docentes que estão "extremamente cansados" e que o "ambiente nas escolas é qualquer coisa de terrível". "Há um desespero muito grande e os professores sentem-se defraudados", conclui.»
Perante todos estes exemplos, que diz o secretário de Estado da Educação, Válter Lemos? Diz isto: «Não acho nada que os professores tenham demonstrado falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares melhoraram muito e isso deve-se ao seu trabalho».
Não tenho memória de ter conhecido, nestes 34 anos de democracia em Portugal, governantes possuídos de um tão elevado grau de farisaísmo político, como os actuais.