quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Eis que surge uma segunda manifestação!

A Fenprof e os outros sindicatos anunciaram uma manifestação nacional para o dia 8 de Novembro, isto é, uma semana antes da manifestação marcada pelos movimentos cívicos e associações de professores.
Independentemente do desenvolvimento que esta situação venha a ter, algumas notas devem ser assinaladas:
1. Até há poucos dias, a Fenprof e outros sindicatos tinham dúvidas acerca da oportunidade e necessidade de realização de uma manifestação durante o 1º período — colocavam a hipótese de ela ocorrer só em Janeiro ou Fevereiro.
2. Até há poucos dias, os sindicatos sempre repetiam que não era possível convocar, organizar e mobilizar uma manifestação nacional em menos de um mês;
3. Até há poucos dias, o discurso sindical era pouco objectivo, pouco incisivo e pouco determinado.

Repentinamente, a Fenprof e outros sindicatos mudaram de opinião:
a) deixaram de ter dúvidas quanto à necessidade de ser realizada uma manifestação nacional durante o 1.º período;
b) consideraram urgentíssimo que ela se realizasse;
c) deixaram de considerar impossível convocar e organizar uma manifestação nacional em três semanas;
d) descobriram fortes e objectivas razões para um protesto nacional.

Curiosamente, tudo isto foi descoberto só a partir do momento em que os movimentos cívicos e as associações de professores convocaram a manifestação nacional de 15 de Novembro.
Curiosamente, é quem enche o discurso com a palavra «unidade» que decide afastar-se de uma iniciativa já marcada, desunindo o que estava unido, dividindo o que não tinha divisão e decide agendar para uma semana antes a mesma iniciativa.

Depois da lamentável assinatura do Memorando de Entendimento com o Governo, os sindicatos continuam a colocar os jogos de interesses e de poderes à frente da resolução dos gravíssimos problemas que atingem os professores.
É com a mesma leviandade com que assinaram o Memorando que, agora, esquecem a sempre propalada e defendida unidade dos professores e a remetem para o baú das inutilidades.
Repito, independentemente do desenvolvimento que esta «sui generis» situação, provocada pela Fenprof e demais sindicatos, venha a ter, os factos são estes.
É esta a política sindical que se faz em Portugal.