Vários sindicatos de professores anunciaram uma manifestação nacional para o próximo dia 15 de Junho, uma greve ao serviço de avaliações para os dias 7, 11, 12, 13 e 14 do mesmo mês e uma greve nacional para três dias depois, primeiro dia dos exames.
Sobre isto, quatro notas:
1. Nos últimos anos os professores têm sido uma classe profissional maltratada, massacrada e humilhada. Sócrates e Rodrigues, movidos por uma obsessão de origem recôndita, iniciaram o processo, e Passos e Crato deram-lhe continuidade. Um modelo estúpido de avaliação do desempenho (que continua), um modelo incompetente de gestão escolar (que continua), uma redução grotesca das horas destinadas à componente de trabalho individual (que continua), uma reforma curricular alarve, despedimento de milhares de professores, amontoamento dos alunos por turma, equiparação das escolas a grandes unidades fabris (mega-agrupamentos) constituem — para além dos cortes nos salários e do congelamento das carreiras (situação comum a várias carreiras da Função Pública, mas não a todas...) — exemplos das políticas que têm atingido os docentes.
Por tudo isto e pelo iminente aumento do horário laboral e pela passagem à antecâmara do despedimento de mais outros milhares de professores, não faltam razões mais do que ponderosas para ser desencadeado um forte e ininterrupto combate à política que o governo está a levar a cabo.
2. Dito isto, acrescento: não dou crédito político nem técnico-jurídico às direcções sindicais que temos.
No decurso dos trinta e dois anos que possuo de profissão, em nenhuma ocasião os sindicatos levaram até ao fim qualquer um dos grandes processos de luta ocorridos, e os professores acabaram sempre por sair derrotados, naquilo que era essencial, e «vencedores», no que era acessório. Os dois mais próximos exemplos do que acabo de afirmar foram a indecorosa assinatura do Memorando de Entendimento, com Rodrigues, e a não menos indecorosa assinatura do designado Acordo de Princípios, com Alçada.
Simultaneamente, os sindicatos têm sido um desastre, do ponto de vista técnico-jurídico, no aconselhamento e na orientação dos professores no decurso dos processos de luta. A última greve aos exames foi um triste exemplo dessa incompetência técnico-jurídica e de uma confrangedora desorientação, quando, na altura, o governo decretou os serviços mínimos. O mesmo aconteceu, há poucos anos, na altura da (não) entrega dos objectivos individuais para a avaliação do desempenho, isto é, num momento crucial da luta que se travava contra o monstruoso e incompetente modelo de ADD de Rodrigues.
3. Seria, pois, uma excelente notícia que a falta de credibilidade política e técnico-jurídica das direcções sindicais não prosseguisse. Seria uma excelente notícia podermos encontrar agora as direcções sindicais seriamente empenhadas na luta, assim como preparadas tecnicamente para dar, no decurso do processo, as respostas às previsíveis reacções e ameaças do governo. Seria uma excelente notícia observar que o anúncio destas greves não resulta de um fogacho, que logo se apaga, ou de uma encenação, que logo se desfaz. Seria uma excelente notícia verificarmos que estas direcções sindicais sabem o que devem fazer antes, durante e depois deste prometido período de greves.
4. Obviamente que farei as greves anunciadas. Este governo tem de ser incessantemente combatido, em nome do legítimo direito dos alunos a uma escola pública de qualidade e em nome da defesa dos legítimos direitos dos professores.
Por tudo isto e pelo iminente aumento do horário laboral e pela passagem à antecâmara do despedimento de mais outros milhares de professores, não faltam razões mais do que ponderosas para ser desencadeado um forte e ininterrupto combate à política que o governo está a levar a cabo.
2. Dito isto, acrescento: não dou crédito político nem técnico-jurídico às direcções sindicais que temos.
No decurso dos trinta e dois anos que possuo de profissão, em nenhuma ocasião os sindicatos levaram até ao fim qualquer um dos grandes processos de luta ocorridos, e os professores acabaram sempre por sair derrotados, naquilo que era essencial, e «vencedores», no que era acessório. Os dois mais próximos exemplos do que acabo de afirmar foram a indecorosa assinatura do Memorando de Entendimento, com Rodrigues, e a não menos indecorosa assinatura do designado Acordo de Princípios, com Alçada.
Simultaneamente, os sindicatos têm sido um desastre, do ponto de vista técnico-jurídico, no aconselhamento e na orientação dos professores no decurso dos processos de luta. A última greve aos exames foi um triste exemplo dessa incompetência técnico-jurídica e de uma confrangedora desorientação, quando, na altura, o governo decretou os serviços mínimos. O mesmo aconteceu, há poucos anos, na altura da (não) entrega dos objectivos individuais para a avaliação do desempenho, isto é, num momento crucial da luta que se travava contra o monstruoso e incompetente modelo de ADD de Rodrigues.
3. Seria, pois, uma excelente notícia que a falta de credibilidade política e técnico-jurídica das direcções sindicais não prosseguisse. Seria uma excelente notícia podermos encontrar agora as direcções sindicais seriamente empenhadas na luta, assim como preparadas tecnicamente para dar, no decurso do processo, as respostas às previsíveis reacções e ameaças do governo. Seria uma excelente notícia observar que o anúncio destas greves não resulta de um fogacho, que logo se apaga, ou de uma encenação, que logo se desfaz. Seria uma excelente notícia verificarmos que estas direcções sindicais sabem o que devem fazer antes, durante e depois deste prometido período de greves.
4. Obviamente que farei as greves anunciadas. Este governo tem de ser incessantemente combatido, em nome do legítimo direito dos alunos a uma escola pública de qualidade e em nome da defesa dos legítimos direitos dos professores.