É curioso o modo como alguma comunicação social classifica o acto do deputado do PS, Ricardo Rodrigues, de meter no bolso os gravadores dos jornalistas da revista Sábado. Desde «tomou posse dos gravadores» até «apropriou-se dos gravadores» os eufemismos são múltiplos. Se não tivesse sido um deputado o agente da acção, se tivesse sido um anónimo cidadão (um popular, uma designação que alguns preferem), o modo de a descrever provavelmente teria sido mais ou menos este: «fulano de tal roubou os gravadores aos jornalistas».
Mas a realidade é o que é: aos olhos de alguma comunicação social, um deputado, em particular se for do partido do Governo, nunca rouba, apenas «toma posse», apenas «se apropria», apenas «leva consigo», apenas «fez desaparecer».
Não vá o diabo tecê-las e o senhor deputado ainda virar ministro ou secretário de Estado...
Mas a realidade é o que é: aos olhos de alguma comunicação social, um deputado, em particular se for do partido do Governo, nunca rouba, apenas «toma posse», apenas «se apropria», apenas «leva consigo», apenas «fez desaparecer».
Não vá o diabo tecê-las e o senhor deputado ainda virar ministro ou secretário de Estado...