A fronteira entre o sonho e a realidade, ou entre o real e o imaginário, não é sempre fácil de determinar. Por vezes consegue-se fazer a destrinça, outras vezes não se consegue. Todavia, no que diz respeito à nossa vida política, essa fronteira nunca se encontra, ficamos sempre na dúvida se aquilo que estamos a ver e/ou a ouvir é real ou se é sonhado ou se é imaginado. A dúvida ganha maior força quando os acontecimentos ocorrem uns a seguir aos outros, de modo ininterrupto, todos no mesmo dia, todos a 13 de Maio.
Papa em Fátima, Passos Coelho em S. Bento, Papa a rezar em Fátima, Sócrates em Conselho de Ministros, Papa a rezar em Fátima, Sócrates em conferência de imprensa a anunciar que hoje é verdade o que há duas semanas era mentira, Papa a rezar em Fátima, Passos Coelho em conferência de imprensa a pedir desculpa, Papa em Fátima, Teixeira dos Santos na televisão a pedir compreensão, Papa em Fátima, Francisco Assis em conferência de imprensa a não pedir desculpa, Papa a dormir em Fátima.
São muitos acontecimentos no mesmo dia — ainda mais, num dia, já por si, repleto de mistério. Assim, a dúvida acerca da veracidade de todos estes acontecimentos é legítima. Eu, por exemplo, ainda estou na dúvida se Passos Coelho esteve em S. Bento e se depois veio pedir desculpa por ter estado em S. Bento, ou se apenas veio pedir desculpa por Sócrates ter governado mal e por agora ter de aumentar os impostos. É uma dúvida que ainda não esclareci. E, como o outro, radicalizo a dúvida: Passos Coelho terá mesmo pedido desculpa? E Teixeira dos Santos e Francisco Assis não pediram desculpa? Teixeira e Assis tiveram mesmo o topete de não pedir desculpa? Mas não pediram desculpa porquê? Ou foi Passos Coelho que pediu compreensão e Teixeira dos Santos e Assis é que pediram desculpa? E o Papa rezou? Ou foi ele que pediu desculpa e compreensão enquanto os outros rezavam? E Sócrates não devia rezar? Não era ele que devia estar em Fátima? Não era ele que deveria ter ido a Fátima, a pé, ou melhor, de joelhos?
Eu, que sou ateu, começo a ter dúvidas se 13 de Maio não está destinado a ser, em Portugal, um dia de milagres...
Papa em Fátima, Passos Coelho em S. Bento, Papa a rezar em Fátima, Sócrates em Conselho de Ministros, Papa a rezar em Fátima, Sócrates em conferência de imprensa a anunciar que hoje é verdade o que há duas semanas era mentira, Papa a rezar em Fátima, Passos Coelho em conferência de imprensa a pedir desculpa, Papa em Fátima, Teixeira dos Santos na televisão a pedir compreensão, Papa em Fátima, Francisco Assis em conferência de imprensa a não pedir desculpa, Papa a dormir em Fátima.
São muitos acontecimentos no mesmo dia — ainda mais, num dia, já por si, repleto de mistério. Assim, a dúvida acerca da veracidade de todos estes acontecimentos é legítima. Eu, por exemplo, ainda estou na dúvida se Passos Coelho esteve em S. Bento e se depois veio pedir desculpa por ter estado em S. Bento, ou se apenas veio pedir desculpa por Sócrates ter governado mal e por agora ter de aumentar os impostos. É uma dúvida que ainda não esclareci. E, como o outro, radicalizo a dúvida: Passos Coelho terá mesmo pedido desculpa? E Teixeira dos Santos e Francisco Assis não pediram desculpa? Teixeira e Assis tiveram mesmo o topete de não pedir desculpa? Mas não pediram desculpa porquê? Ou foi Passos Coelho que pediu compreensão e Teixeira dos Santos e Assis é que pediram desculpa? E o Papa rezou? Ou foi ele que pediu desculpa e compreensão enquanto os outros rezavam? E Sócrates não devia rezar? Não era ele que devia estar em Fátima? Não era ele que deveria ter ido a Fátima, a pé, ou melhor, de joelhos?
Eu, que sou ateu, começo a ter dúvidas se 13 de Maio não está destinado a ser, em Portugal, um dia de milagres...