Já ninguém tem dúvidas de que a governação do país foi entregue a um grupo formado por indivíduos que elevaram a incompetência e a mentira a níveis nunca vistos. Nunca vistos e provavelmente nunca imaginados. Para nossa evidente desgraça, a incompetência é comprovada quase diariamente, e para nossa profunda indignação, a mentira é praticada a quase todo o instante. Neste governo, a incompetência e a mentira alimentam-se reciprocamente e denunciam a natureza dos agentes.
O rol das mentiras não tem fim nem vai ter, enquanto este governo durar. Ontem mais uma descarada mentira foi posta a nu. Desta vez (a juntar a várias outras) o protagonista foi Nuno Crato, coadjuvado pelo seu secretário de Estado da Administração Escolar, Casanova de Almeida. Depois de ambos, ao longo dos últimos meses, terem afirmado, reafirmado e jurado que «nenhum professor seria colocado em mobilidade especial», anunciaram agora que todos os professores com horário zero serão integrados nesse regime, a partir do próximo ano lectivo.
Sem um pestanejo nem o mais leve sinal de vergonha, o dito é dado por não dito como se isso fosse — e, de facto, para eles é — a coisa mais prosaica do mundo.
Para este governo, a patifaria política não tem limites.