sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O regalório continua

Título da notícia do jornal Público:

«Maioria das concessões de água a privados obriga câmaras a suportar as quebras no consumo»

Só há um comentário possível a esta notícia: o sector privado, que permanentemente se queixa de alegados gastos excessivos do sector público, não tem pudor, sempre que a oportunidade surge, e surge muitas vezes, de se alimentar sofregamente do dinheiro dos contribuintes. Por um lado, reclama que é necessário reduzir a despesa e, por outro, é ele próprio causa do aumento da despesa. Todavia, como essa despesa reverte para si, sector privado, o que era um mal torna-se um bem, o que era pecaminoso torna-se virtuoso.
Simultaneamente, os responsáveis políticos que publicamente reclamam da necessidade de se estancar a despesa pública assinam contratos ruinosos para as contas públicas, com empresas privadas. É o caso que a notícia do Público hoje revela: muitas das Câmaras Municipais que fizeram contratos de concessão de água a privados comprometeram-se a indemnizar as empresas concessionárias, caso haja redução dos consumos previstos. Os ganhos ficam garantidos para os privados e as eventuais perdas são assumidas pelo Estado.
O regalório prossegue com a tradicional impunidade dos responsáveis.

O desenvolvimento da notícia pode ser lido aqui.