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Há poucas semanas, Passos Coelho já tinha mostrado como era capaz de ser politicamente ordinário quando, em retaliação às mais recentes inconstitucionalidades decretadas pelo tribunal competente, afirmou que os seus juízes tinham de passar a ser mais bem escolhidos.
Agora, numa retaliação politicamente ordinária à resposta dada pelo Tribunal Constitucional ao seu pedido de aclaração, o governo, através do ministro Poiares Maduro, e o grupo parlamentar do PSD, através do seu líder, afirmaram que haverá «tratamento diferenciado e desigual dos funcionários públicos», no pagamento dos subsídios de férias, por culpa do Tribunal Constitucional. É, na realidade, uma verdadeira ordinarice política, pois o governo sabe que as desigualdades no pagamento desses subsídios, em função de terem sido processados em Janeiro ou apenas em Junho, são da sua exclusiva responsabilidade. A reposição da diferença é da sua exclusiva competência e depende exclusivamente da sua vontade. O Tribunal Constitucional nada tem que ver com essa reposição. Comportando-se com a cobardia daqueles que descarregam nos mais fracos os ódios que recalcam das derrotas com terceiros, o governo confirma, pela enésima vez, não ter escrúpulos na relação que estabelece com os portugueses.
Parece demasiado mau, para poder ser verdade, um país ter um governo assim. Depois do permanente exercício da mentira como instrumento político, entrámos na fase do exercício da ordinarice como forma de realizar a política.
A propósito de comportamentos alegadamente menos próprios, apelidou-se de rasca uma geração; agora, perante um governo que tem comportamentos desta natureza que adjectivo devemos utilizar? Ordinário, no seu significado mais pejorativo, poderá pecar por defeito, mas não por excesso.
Adenda: o governo acabou de anunciar — em absoluta contradição com o que Poiares Maduro e Luís Montenegro afirmaram ontem, em nome do mesmo governo — que irá pagar os subsídios de férias aos funcionários públicos na íntegra, independentemente do mês em que foram processados.
Em relação aos funcionários públicos, o governo recuou na ordinarice, mas relativamente aos trabalhadores das empresas públicas parece que a ordinarice se mantém.
Agora, numa retaliação politicamente ordinária à resposta dada pelo Tribunal Constitucional ao seu pedido de aclaração, o governo, através do ministro Poiares Maduro, e o grupo parlamentar do PSD, através do seu líder, afirmaram que haverá «tratamento diferenciado e desigual dos funcionários públicos», no pagamento dos subsídios de férias, por culpa do Tribunal Constitucional. É, na realidade, uma verdadeira ordinarice política, pois o governo sabe que as desigualdades no pagamento desses subsídios, em função de terem sido processados em Janeiro ou apenas em Junho, são da sua exclusiva responsabilidade. A reposição da diferença é da sua exclusiva competência e depende exclusivamente da sua vontade. O Tribunal Constitucional nada tem que ver com essa reposição. Comportando-se com a cobardia daqueles que descarregam nos mais fracos os ódios que recalcam das derrotas com terceiros, o governo confirma, pela enésima vez, não ter escrúpulos na relação que estabelece com os portugueses.
Parece demasiado mau, para poder ser verdade, um país ter um governo assim. Depois do permanente exercício da mentira como instrumento político, entrámos na fase do exercício da ordinarice como forma de realizar a política.
A propósito de comportamentos alegadamente menos próprios, apelidou-se de rasca uma geração; agora, perante um governo que tem comportamentos desta natureza que adjectivo devemos utilizar? Ordinário, no seu significado mais pejorativo, poderá pecar por defeito, mas não por excesso.
Adenda: o governo acabou de anunciar — em absoluta contradição com o que Poiares Maduro e Luís Montenegro afirmaram ontem, em nome do mesmo governo — que irá pagar os subsídios de férias aos funcionários públicos na íntegra, independentemente do mês em que foram processados.
Em relação aos funcionários públicos, o governo recuou na ordinarice, mas relativamente aos trabalhadores das empresas públicas parece que a ordinarice se mantém.