domingo, 1 de junho de 2014

Trechos — Chrystia Freeland (4)

«De meados da década de 1920 a 1940, [nos Estados Unidos] a porção de rendimentos que ia para os 10 por cento do topo era cerca de 45 por cento. Durante a Segunda Guerra Mundial, decaiu para cerca de 33 por cento e manteve-se no essencial estável até aos finais da década de 1970. Desde então, tem  vindo a subir espetacularmente. Em 2006, os 10 por cento do topo ganhavam 50 por cento do rendimento nacional, mais até do que aconteceu em 1929, no pico dos turbulentos anos vinte.
Mas a mudança maior no rendimento não é entre os 10 por cento do topo e o resto das pessoas — é dentro dos 10 por cento do topo, descobriram Saez e Piketty. Quase todos os ganhos se concentram na ponta do vértice da distribuição: durante a expansão económica de 2002 a 2006, três quartos de todo o crescimento dos rendimentos nos Estado Unidos foram para o 1 por cento do topo da população.
[...]
O Credit Suisse calculou que havia cerca de 29,6 milhões de milionários (pessoas com  mais de um milhão de dólares em valores patrimoniais líquidos) no mundo, cerca de meio por cento da população global total. Os norte-americanos já não são o maior grupo — contribuem com 37 por cento dos milionários, ligeiramente menos que os 37,2 por cento de europeus.»
Chrystia Freeland, Plutocratas, Temas e Debates — Círculo de Leitores.