quinta-feira, 1 de maio de 2014

A mentira como estratégia política

Há cinco dias, as celebrações oficiais dos 40 anos do 25 de Abril tiveram como principais protagonistas precisamente aqueles que mais têm destruído as benfeitorias que Abril trouxe para a maioria dos portugueses.
Hoje celebra-se o Dia do Trabalhador precisamente na altura em que o governo anuncia mais aumentos de impostos, depois de ter prometido, há poucas semanas, que não voltaria a fazê-lo.
Para Passos Coelho, a prática da mentira é uma estratégia política que, sem hesitações nem arrependimento, utiliza desde há três anos:


- Prometeu que não retiraria o 13.º mês e o subsídio de férias. Mentiu;
- Prometeu que não tomaria medidas contra a classe média. Mentiu;
- Prometeu que não utilizaria os 1000 euros de vencimento como critério de penalização fiscal. Mentiu;
- Prometeu que não faria qualquer aumento de impostos, porque a carga fiscal era suficiente. Mentiu;
- Prometeu que nunca penalizaria os funcionários públicos. Mentiu;
- Prometeu não liberalizar os despedimentos. Mentiu;
- Prometeu que não subiria o IVA. Mentiu;
- Prometeu não cortar salários. Mentiu;
- Prometeu não acabar com o IVA intermédio. Mentiu;
- Prometeu cumprir a palavra dada. Mentiu;
- Prometeu não desculpar-se com a herança do governo anterior. Mentiu.
Há dias, voltou a prometer não aumentar os impostos. Voltou a mentir. Vai aumentar dois impostos de uma só vez: o IVA e a TSU.
Esta estratégia, que é politicamente ilegítima e eticamente deplorável, desrespeita todos e destrói os alicerces do regime democrático.
Do mesmo modo que os 40 anos do 25 de Abril ficaram manchados pela medíocre qualidade dos principais protagonistas que oficialmente os celebraram, este 1º de Maio fica marcado por mais um despudorado exercício da mentira como estratégia política.