Há um conceito particularmente querido por aqueles que defendem o liberalismo económico. Esse conceito é: «os bem-sucedidos».
Com a designação «os bem-sucedidos», os defensores do liberalismo económico querem dizer várias coisas de uma só vez: 1. na vida há os que têm sucesso e os que não têm sucesso; 2. aqueles que têm sucesso têm-no por alguma razão; 3. essa razão é porque o merecem, porque têm mérito; 4. o sistema que garante a premiação do mérito é o liberalismo; 5. é o liberalismo porque é um sistema que fomenta a livre concorrência, e os vencedores da livre concorrência são naturalmente os melhores, são os que têm mérito, isto é, são os «bem-sucedidos».
Com a designação «os bem-sucedidos», os defensores do liberalismo económico querem dizer várias coisas de uma só vez: 1. na vida há os que têm sucesso e os que não têm sucesso; 2. aqueles que têm sucesso têm-no por alguma razão; 3. essa razão é porque o merecem, porque têm mérito; 4. o sistema que garante a premiação do mérito é o liberalismo; 5. é o liberalismo porque é um sistema que fomenta a livre concorrência, e os vencedores da livre concorrência são naturalmente os melhores, são os que têm mérito, isto é, são os «bem-sucedidos».
Desta forma, o liberalismo económico conjugaria e asseguraria o melhor de diferentes mundos: a Liberdade (através do livre jogo da concorrência), o Progresso (gerado pela competitividade) e a Justiça (por premiar quem o merece, isto é, os «bem-sucedidos»).
Um dos problemas do liberalismo económico é o da realidade teimar em não confirmar estas ideias.
De forma breve:
i) No designado jogo da livre concorrência não existe realmente uma verdadeira nem uma justa concorrência. Uma justa concorrência exige que todos os concorrentes concorram em igualdade de circunstâncias. Não é pelo facto de todos estarem na mesma linha de partida que fica assegurada a igualdade de oportunidades e de circunstâncias a todos os concorrentes. Se na linha de partida estiverem uns que correm com as duas pernas, outros com uma perna, outros que correm coxeando, outros que correm em cadeira de rodas e outros de bengala, apesar de partirem ao mesmo tempo e do mesmo local, não parece ser razoável afirmar que estejamos perante uma justa e livre concorrência;
ii) É de muito duvidosa veracidade dizer que o Progresso resulta da competividade. Teríamos de começar por conversar com calma sobre o que se entende por «Progresso» e depois teríamos de examinar bem se, ao longo da História, aquilo que está na base do designado Progresso não é mais a necessidade do que a competitividade, se não é mais a criatividade não condicionada do que a inovação condicionada pela competitividade;
iii) É ainda de mais duvidosa veracidade afirmar que os chamados «bem-sucedidos» são-no como justo prémio do mérito evidenciado. Na verdade, quase sempre que se levanta um pouco do pesado manto que encobre os processos e as práticas dos supostamente «bem-sucedidos», aquilo que normalmente se vê é uma panóplia sem fim de truques e de «malabarices» na sustentação de tão «bons sucessos». O caso do banqueiro que há semanas foi apanhado em flagrante fuga de milhões de euros ao Fisco, e que continua juridicamente impune e socialmente impante, é um exemplo disso. Curiosamente é alguém que sempre foi apresentado como um modelo dos «bem-sucedidos» na sociedade portuguesa.
Na realidade, a defesa do liberalismo económico constitui um excelente branqueamento e uma excelente promoção dos processos que geram grande parte dos designados «bem-sucedidos».
De forma breve:
i) No designado jogo da livre concorrência não existe realmente uma verdadeira nem uma justa concorrência. Uma justa concorrência exige que todos os concorrentes concorram em igualdade de circunstâncias. Não é pelo facto de todos estarem na mesma linha de partida que fica assegurada a igualdade de oportunidades e de circunstâncias a todos os concorrentes. Se na linha de partida estiverem uns que correm com as duas pernas, outros com uma perna, outros que correm coxeando, outros que correm em cadeira de rodas e outros de bengala, apesar de partirem ao mesmo tempo e do mesmo local, não parece ser razoável afirmar que estejamos perante uma justa e livre concorrência;
ii) É de muito duvidosa veracidade dizer que o Progresso resulta da competividade. Teríamos de começar por conversar com calma sobre o que se entende por «Progresso» e depois teríamos de examinar bem se, ao longo da História, aquilo que está na base do designado Progresso não é mais a necessidade do que a competitividade, se não é mais a criatividade não condicionada do que a inovação condicionada pela competitividade;
iii) É ainda de mais duvidosa veracidade afirmar que os chamados «bem-sucedidos» são-no como justo prémio do mérito evidenciado. Na verdade, quase sempre que se levanta um pouco do pesado manto que encobre os processos e as práticas dos supostamente «bem-sucedidos», aquilo que normalmente se vê é uma panóplia sem fim de truques e de «malabarices» na sustentação de tão «bons sucessos». O caso do banqueiro que há semanas foi apanhado em flagrante fuga de milhões de euros ao Fisco, e que continua juridicamente impune e socialmente impante, é um exemplo disso. Curiosamente é alguém que sempre foi apresentado como um modelo dos «bem-sucedidos» na sociedade portuguesa.
Na realidade, a defesa do liberalismo económico constitui um excelente branqueamento e uma excelente promoção dos processos que geram grande parte dos designados «bem-sucedidos».