«O dia 19 de Setembro foi o décimo em que Varsóvia esteve sob fogo de artilharia. Tinham morrido tantos polacos que os parques públicos começaram a ser utilizados como cemitérios [...]. Dirigindo-se aos habitantes de Danzigue, a 19 de Setembro, Hitler falou de "Deus Todo-Poderoso, que agora deu às nossas armas a sua bênção". [...]
De Danzique, Hitler mudou-se para um hotel na estância de veraneio de Zoppot. Aí apresentou, a um grupo que incluía o seu médico particular, Dr. Karl Brandt, o chefe da sua Chancelaria, Philipp Bouler, e o chefe dos oficias-médicos do Reich, Dr. Leonardo Conti, o seu plano de extermínio dos loucos no interior do território alemão. A pureza do sangue germânico tinha de ser salvaguardada. [...]
O centro operacional do programa seria uma casa nos subúrbios de Berlim, o n.º 4 da Tiergartenstrasse. Foi esta morada que deu o nome à organização, a partir daí conhecida por "T4". [...] Nas palavras de um especialista nazi, o Dr. Pfannmüller: "É para mim intolerável a ideia de que a nata, a fina flor da nossa juventude, vá perder a vida na frente para garantir uma existência segura, nos manicómios, a débeis mentais e a elementos associais."
Logo desde os primeiros dias da Operação "T4", prestou-se especial atenção às crianças de tenra idade, principalmente aos recém-nascidos. Em Görden, próximo de Brandenburgo, uma instituição pediátrica estatal criou um Departamento Psiquiátrico Especial para a Infância, para onde eram enviadas e onde eram mortas crianças vindas de toda a Alemanha.»
Martin Gilbert, A Segunda Guerra Mundial, D. Quixote e Expresso.