Portugal repugna. A burla, a corrupção, o esbulho e a incompetência dominam o país. Os protagonistas das nossas elites revelam, a um ritmo quase diário, a enorme mediocridade que os enforma. Tudo o que mais recentemente se tem passado confirma o que há muito é visível: a principal responsabilidade da situação que vivemos é das elites que tomaram conta da política, da finança, da economia, da advocacia e da comunicação social. E olhar para os protagonistas destas elites gera múltiplos sentimentos, e nenhum é certamente bom: indignação, revolta e náusea são com certeza dos mais partilhados entre os portugueses.
Ver esses protagonistas, ouvi-los, lê-los tornou-se insuportável. Olhá-los um a um ajuda a perceber como foi possível chegar a este ponto, mas não alivia o mal-estar. Como não alivia o mal-estar constatar o estado de letargia em que a contestação social se encontra.
As férias servem, entre outras coisas, para descansarmos da agonia deste país e simultaneamente podermos ficar apenas com o que de melhor ele tem, como é, por exemplo, a música que a criatividade dos nossos melhores artistas nos oferece. É o caso de Bernardo Sassetti. Infelizmente já não está entre nós, mas deixou-nos as suas obras, e com elas podemos fruir de momentos de grande prazer estético. É com um desses momentos que quero desejar boas férias a todos aqueles que delas ainda podem desfrutar.
Até Setembro.
Sugestão de Diogo Carneiro