quarta-feira, 23 de maio de 2012

Às quartas

CANTO DO SILÊNCIO

repete à minha alma o canto do silêncio
tão doce como o sopro da brisa negra,
troca os suspiros por lágrimas e transe,
sob meu dorso desperta um desespero dolente
e olha pela minha vida, ó meu cantor!
porque aqui está sobre mim a noite, tomada de embriaguez,
de pálpebras ardidas, em meus sonhos entro.
desfolham-se de suspiros em tristezas,
portadoras do sudário dos meus dias.
possam das sombras os ritmos
acompanhar os sangrentos restos dos meus amores.
no poço da minha'lma gira o eco subtil
qual morte próxima vertida entre as pestanas.

Adib Mazhar
(Trad.: Aldalberto Alves)