quarta-feira, 11 de abril de 2012

O nosso tempo

Tempo sombrio de vontades perdidas. Pedaços de desejos caem dos rostos cansados. O ar de chumbo pesa sobre a dolência dos comportamentos. Olhares fixam-se no nada. Não há palavras nas paredes. Uma logorreia única faz o caminho. Destrói esperanças, destrói vidas. Criaturas aturdidas, curvadas, disformes desencaminham-se. Criaturas cloroformizadas, conformadas, analgesiadas lamentam, lamentam-se. O destino regressou. Trouxe o esquecimento da força do presente. O mistério da resignação fez-se verdade. Homens e mulheres cristalizam no adormecimento. No sofrimento. Um carrego imenso imobiliza-os. Sorriem do passado, choram o presente, oram pelo futuro. Cabeças inertes cumprem as ordens dos saiões. O nosso tempo.