segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Registos e apontamentos do fim-de-semana

Irlanda perto do FMI e Portugal é outra vez o "segundo da "linha"

Bispos querem fim de pensões exorbitantes
Público (12/11/10)
Vara continua em investigação
— Ex-ministro vai ser novamente investigado por suspeita de branqueamento de capitais em negócio imobiliários —

Saúde contraria Finanças

Governo em ambiente de fim de ciclo
— Não há dinheiro e as querelas internas entre os membros do Executivo multiplicam-se —

Caciquismo voltou em força ao PS

«Governantes andaram a camuflar a situação»;  «Não vejo que os pobre sejam uma prioridade para o Governo» (D. Jorge Ortiga)

Elefante branco no Alentejo
— Novo aeroporto de Beja já custou 35 milhões de euros, mas não tem data para abertura; empresa disse ao Tribunal de Contas que prevê gastar mais 39 milhões até 2020 —

TC censura desorçamentação do Magalhães
Sol (12/11/10)
«O país precisa de uma coligação já»; «A alternativa a esta situação é, a prazo, uma saída do euro» (Luís Amado)

Vara tinha cartas recebidas por Sócrates

Casa Pia: Mais um ano de julgamento
Expresso (13/11/10)
Soaristas pensam em governo do PS sem Sócrates

Corte no salário leva juiz a adiar audiências

Investidores desconfiados de Portugal
Público (13/11/10)
Quando lia a entrevista que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiro deu ao Expresso, houve um momento em que tive de voltar atrás para reler uma passagem. A passagem foi a seguinte pergunta: «Era mesmo obrigado a apresentar uma meta de redução do défice de 4,6% para 2011?»; e a seguinte resposta: «O ministro das Finanças avaliou seguramente as condições em que devia fixar essas metas. Foi a opção tomada, não sei em que circunstâncias [...]»
Há muito tempo que, desgraçadamente, não tenho dúvidas sobre a falta de responsabilidade e  sobre o aventureirismo que dominam a actuação dos governos de Sócrates, mas confesso que estava longe de imaginar que a situação pudesse chegar a um ponto assim. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, terceira figura da hierarquia do Governo, não sabe «em que circunstâncias» foi tomada a opção de redução do défice para 4,6%?! Se este ministro não sabe, quantos são os ministro que o sabem? Uma decisão com esta gravidade e importância não é uma decisão do Governo, de todo o Governo? Não é uma decisão tomada em Conselho de Ministros? Foi tomada por quem? Apenas pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças? Uma decisão que implica todas as áreas do Governo, que afecta todos portugueses, que atinge o país inteiro, não foi objecto de análise e de discussão por parte de todos os membros do Governo? Não se viram as consequências que em cada Ministério tal decisão iria acarretar? Não foram vistas as implicações políticas, económicas e sociais por todos os responsáveis das diferentes áreas do Governo? Afinal que papel desempenham os ministros? Que andam lá a fazer? Nenhum deles questiona, quer saber, critica, opina? O Conselho de Ministros reúne, de facto? Se reúne, discute o quê? É um encontro de amigos? É uma pausa para café? Para além de não serem tidos nem achados nas decisões, os ministros não têm um mínimo de dignidade? Que confiança podem ter os cidadãos em ministros desta qualidade? Que confiança pode alguém ter num primeiro-ministro que dirige deste modo o Governo e o país?

Entretanto, Armando Vara revela-se uma fonte inesgotável de investigações, de suspeições e de acusações; os socialistas atropelam-se na procura das melhores posições que lhes assegurem os melhores lugares junto da futura liderança, que ainda não sabem qual será; e a Justiça portuguesa consegue o impossível: cavar sempre mais fundo o poço onde se atolou. Os juízes, os magistrados, os advogados não sentem vergonha? Mais um ano de julgamento, no caso Casa Pia?