terça-feira, 9 de novembro de 2010

Registos do fim-de-semana

Governo escondeu défice acumulado do Serviço Nacional de Saúde 
nas contas de 2010
— Buraco do SNS deverá ultrapassar já os mil milhões de euros —

Governo só tentou chumbar dividendo da PT um dia depois de ele ter sido aprovado
— Na reunião da administração da operadora, terça-feira, o chairman do grupo informou que a política de remuneração fora conversada com o Estado —

Salários no privado sobem até 1,7 por cento

Directores de escolas contra a forma como se estão a processar 'cortes'

Ambiente azedo e remodelação à vista na bancada do PS
Público (5/11/10)

«No lugar de Teixeira dos Santos demitia-me» (Manuela Arcanjo)

Situação insustentável na Justiça
— Alberto Martins desautorizou o secretário de Estado, que é acusado no PS de não dar a cara pelo Governo —

Promoções à pressa na Defesa

Lino suspeito de pedir contratos para a O2

Mota-Engil é suspeita de corrupção

Penedos (pai) prejudicou gravemente a REN
Sol (5/11/10)

Escolas abrem ao fim de semana para matar a fome aos alunos
— Os estabelecimentos de ensino são cada vez mais instituições de solidariedade. Em Sintra, sete cantinas vão estar abertas mesmo nas férias. Outras Câmaras ponderam fazer o mesmo —

«O estado de estupor do PS é assustador» (Torres Couto)

MP quer saber de €500 mil de Vara
Expresso (6/11/10)

Jardim diz que Estado é "ladrão" por não lhe deixar juntar reforma

Gastos dos ministros levam juízes a recorrer a tribunal

Constitucionalidade da redução dos salários na função pública divide juristas
Público (6/11/10)

Cada um tem a capacidade de entendimento que tem. Eu reconheço que a minha é cada vez mais limitada: olho para o que se passa à minha volta e já não entendo praticamente nada. Por exemplo, não entendo como é que um homem que entrega um orçamento de Estado fora de horas, pela segunda ou terceira vez consecutiva; que faz, desfaz e refaz um acordo, no meio de um processo repleto de episódios inverosímeis; que é obrigado a entregar uma errata a alterar dados do orçamento que já entregara fora de horas; que é apanhado a esconder buracos atrás de buracos nas finanças públicas, ainda não se tenha demitido e partido para longe. E o que é certo é que este homem não só não parte como até lhe dá para aparecer mais vezes. Começo a dar razão àquele esgrouviado que, na televisão, dizia a toda a gente: «O que tu queres é aparecer.»
A mais recente aparição de Teixeira dos Santos foi para falar, após a aprovação do Orçamento do Estado,  da distribuição extraordinária de dividendos da PT. Disse Teixeira dos Santos: «Se a PT fizer a distribuição de dividendos em 2010, poderá dar a ideia de que está a querer fugir aos impostos». Dois dias depois, veio a saber-se o seguinte:
1. Teixeira dos Santos fez esta afirmação na quarta-feira, 3 de Novembro. No dia anterior, terça-feira, 2 de Novembro, o presidente da PT, Henrique Granadeiro informou a administração de que a política de remuneração accionista tinha sido conversada com o Estado. 
2. Nessa reunião da administração, estava presente a CGD, que votou favoravelmente a distribuição extraordinária de parte dos dividendos, em 2010.
3. É por isso que, na sexta-feira, 5 de Novembro, o jornal Público escreve: «José Sócrates e Teixeira dos Santos conheceram, antecipadamente, qual era a proposta de remuneração [da PT], o que não os impediu de, no dia seguinte à aprovação, a virem criticar publicamente.»
A hipocrisia política destes dois governantes é inigualável. Assim como é inigualável a sua incompetência: se tivessem feito o trabalho de casa no devido tempo, isto é, se tivessem legislado, há vários anos, como muita gente o reclamou, os impostos sobre dividendos, que, agora, à pressa, se lembraram de apresentar no Orçamento para 2011, nada disto teria acontecido.
Como é possível que estes dois homens se prestem a estas lamentáveis figuras? É possível de entender?

Escolas abrem ao fim-de-semana para matar a fome aos alunos. Ao que nós chegamos! Desgraçadamente, isto é apenas o princípio. O que aí vem será ainda bastante pior. Todavia, os responsáveis por isto continuam a passear majestática inimputabilidade.

Mário Lino, Mota-Engil, Penedos, Armando Vara — a lista de suspeitos e de acusados  de corrupção, ligados ao PS, não pára de crescer.

Quase que me esquecia dos directores de escolas e do seu afã crítico para com o Governo. É pena é vir tão a destempo e por razões de natureza tão diversa (cortes nos seus suplementos remuneratórios, cortes nos seus prémios de desempenho, cortes no número de adjuntos) daquelas outras razões que levaram, por duas vezes, 100 mil professores à rua. 
Que pena ser tão a destempo e por razões tão diversas...