segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Registos do fim-de-semana

Jogo duplo de Sócrates

OE 2011: Deputados do PS assistem irritados

Maria Barroso e Isabel Soares na campanha de Fernando Nobre

Face Oculta: Uma rede tentacular no coração do Estado
— MP de Aveiro diz que Godinho prometeu a Vara e a Lopes Barreira donativos para o PS, a troco de a sua empresa ser favorecida —

Estado salva hotel na Guarda

— Turismo de Portugal gastou 3,5 milhões na compra do Hotel à autarquia do PS —

Empresas públicas gastam mais 75% do que em 2005

— Despesas com pessoal das empresas públicas aumentaram 62%
desde que Sócrates é 1.º-ministro —
Sol (29/10/10)
Professores enfrentam avaliação que aos directores gera mais dúvidas do que certezas

Bullying pode dar prisão se o agressor tiver mais de 16 anos

Ex-deputado do PS [Carlos Lopes] acusado de 19 crimes de corrupção

Tribunal censura contas da Assembleia da Madeira
Público (29/10/10)
Teixeira fecha acordo em casa de Catroga

Face Oculta: Depois de Vara, chegou a vez de Mário Lino
(investigado por corrupção)

BE denuncia salários da Guimarães 2012


30 famílias falidas num só dia
Expresso (30/10/10)

Tenho a convicção de que Portugal não sairá da União Europeia, pelo menos enquanto os governos forem chefiados por José Sócrates. Se isso sucedesse, os nossos parceiros europeus ficariam privados dos poucos momentos de descontracção de que usufruem. As situações caricaturais que os governantes portugueses lhes propiciam constituem certamente ocasiões raras de humor e de amena galhofa, de que dificilmente conseguirão prescindir. Para além do frenesim que as consecutivas trapalhadas em que o nosso primeiro-ministro está envolvido lhes provocam, não é difícil adivinhar o frisson que se instala na sala sempre que Sócrates pede para falar e fala em inglês. De momentos destes não se abdica com facilidade, mesmo que isso os obrigue a suportar o nosso défice acima dos três por cento.
Agora, este sentimento saiu seguramente reforçado com as recentes peripécias que envolveram o acordo entre o Governo e o PSD, em particular, com o modo como ele foi registado para a história. A exibição, por Eduardo Catroga, da foto de telemóvel, relativa à assinatura do acordo, constitui um momento que dificilmente terá paralelo na vida política mundial. Depois de uma primeira reacção de incredulidade, os nossos parceiros europeus lá se lembraram que aquilo era feito pelos portugueses e desataram à gargalhada e a pensar: «Se não fossem estes arlequins, como é que nos divertiríamos?»
Não sabiam eles que ainda se seguiria a cena da anunciada, preparada e muito desejada cerimónia de celebração do acordo a que, no último minuto, um dos noivos se recusou a participar, deixando os presentes e os observantes boquiabertos.
Portugal não pode sair da União Europeia. Não haveria um substituto à altura.

Há cinco anos, o PS
não apoiou Manuel Alegre e apoiou Mário Soares, que, como contrapartida, apoiou sempre o Governo. Este ano, o PS apoia Manuel Alegre, que criticou múltiplas vezes o Governo, e não apoia Fernando Nobre, que, por sua vez, é apoiado por Mário Soares.
Se tiver tempo, vou tentar saber se este modo de fazer política é inspirado em algum país de África ou da América Latina, ou se é mesmo uma originalidade lusitana.

São vários os directores de escolas que seguem exemplarmente os nossos políticos: sem coluna vertebral, dizem e desdizem-se com franca naturalidade. Quando as políticas do ME os beneficiam ou não os prejudicam, dizem repetidamente não haver problemas graves para denunciar, que tudo se resolverá gradualmente, desde que haja boa vontade e muito discurso vazio pelo meio; quando pressentem que as consequências dessas políticas os podem atingir, passa a existir um repentino e público incómodo que rapidamente evolui para um manifesta discordância.
A avaliação do desempenho que temos nas escolas, e em relação à qual os directores agora manifestam dúvidas, é uma vergonha, que deveria repugnar a qualquer profissional sério. E deveria repugnar sempre e não apenas quando se sentem chamuscados por ela.

As SCUT abriram um buraco de 580 milhões de euros, as receitas não fiscais um outro buraco de 400 milhões de euros e as autarquias e as regiões um terceiro buraco de 260 milhões de euros. Não sendo isto suficiente, o Estado considera que ainda deve comprar hotéis falidos às autarquias do partido do Governo e considera dever permitir que as empresas públicas gastem mais 75% do que em 2005, entre várias outras enormidades.
É claro que, para suportar tudo isto, existem, entre outros, os profissionais do Estado que, apenas à sua conta, vão tirar do seu bolso 1000 milhões de euros para entregar a um Governo que conduziu o país ao descalabro.