quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cinco questões prévias sobre o artigo do CM "Escola de Fitares castiga docentes"

Texto enviado pelo colega Paulo Ambrósio:

A notícia do "CM", que se segue, levanta-me para já cinco questões prévias:
1- Um membro dos corpos gerentes do SPGL/ FENPROF integra o direcção do Agrupamento de Fitares? [Em caso afirmativo, "Porreiro, pá!"]
2- Em caso afirmativo, que espera esse "camarada" para se demitir, coisa que já deveria ter feito pelo menos em Fevereiro?
3- Porque não deslocou a direcção do SPGL nenhum membro seu ao velório do Luís? [Eu não os vi lá, e essa ausência foi estranhada e censurada por alguns familiares].
4- E qual a posição do presidente da direcção do SPGL sobre todo o processo da morte do Luís?
5- De que está à espera o presidente da direcção, para a divulgar em "breve", como promete ao "CM"? [De uma Assembleia Geral de Sócios onde os proponentes da Moção "Lembrar Luís Vaz Carmo" o obriguem, pela força e legitimidade estatutária, a responder a todas estas questões incómodas?]
Paulo Ambrósio
A notícia do Correio da Manhã (14/6/2010):
Escola de Fitares castiga docentes
Professor diz que responsáveis da escola querem punir quem falou à Comunicação Social e vai processar quem o insultou numa reunião com a DREL.


José Luz, professor na EB 2,3 de Fitares, de onde era o docente Luís Carmo que se suicidou a 9 de Fevereiro, afirma que 'está em curso uma caça às bruxas' na escola, destinada a punir os professores suspeitos de denunciarem o caso à Comunicação Social. 'Houve um suicídio, mas estão é preocupados com quem falou à imprensa. Só decidi falar porque não tenho outra maneira de me proteger', lamenta o docente.
Na quarta-feira – quatro meses após o suicídio de Luís Carmo, segundo a família por não aguentar os maus tratos de que era alvo por parte de alunos, sem que a escola tomasse medidas –, o director Regional de Educação de Lisboa, José Leitão, esteve na escola numa reunião com o conselho pedagógico, o conselho-geral e a direcção, para apresentar os resultados do inquérito da Inspecção-Geral da Educação (IGE) às circunstâncias que levaram à morte do professor – a IGE ilibou a direcção do agrupamento e fez apenas recomendações.
'A reunião foi uma vergonha. A presidente do conselho-geral disse que os professores deviam ser sujeitos a exames psicológicos para poderem dar aulas; o presidente da associação de pais insultou professores, entre os quais eu, e disse que era preciso exterminar as ervas daninhas. A grande prioridade é punir quem, segundo eles, difamou a escola. A directora até ameaçou processar o professor Paulo Guinote por causa de textos no seu blogue [A Educação do Meu Umbigo]', disse José Luz, professor de Música, tal como era Luís Carmo, frisando que pretende agir criminalmente contra os autores dos insultos de que foi alvo.
O professor acusa ainda o Sindicato de Professores da Grande Lisboa (SPGL) de nada ter feito para proteger Luís Carmo, porque um elemento da estrutura sindical integra a direcção do agrupamento escolar de Fitares. 'Eles tinham o dever de se constituírem assistentes no processo. Têm tanta genica para atacar o Ministério da Educação mas neste caso nem apoiam a família.' António Avelãs, presidente do SPGL, afirma que o sindicato, a seu tempo, 'tomará uma posição'.

NEGADA REACÇÃO
Cristina Frazão, directora do agrupamento de Fitares, não esteve disponível para atender o ‘CM’. Confrontámos ainda José Leitão, via e-mail, com as declarações de José Luz, mas não obtivemos resposta.

SEM AUTORIZAÇÃO
António Avelãs, presidente do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, afirma que o sindicato não se constituiu assistente porque não recebeu pedido ou autorização da família para o fazer.

'O MEU IRMÃO FOI UM ESTORVO'
A família de Luís Carmo ainda espera para conhecer o relatório do inquérito da Inspecção-Geral da Educação (IGE) à morte do professor, cujas conclusões foram conhecidas a 31 de Maio. 'Fiz o pedido por escrito, mas continuo à espera. Têm andado a enrolar. Primeiro não sabiam se eu podia ter acesso, depois tinha passado para a IGE. Para eles, o meu irmão foi um estorvo, só serviu para atrapalhar', disse ao CM Filomena Carmo, irmã do docente que se suicidou.