quarta-feira, 30 de junho de 2010

Às quartas

Exílio

Em silêncio
A canoa sobrecarregada deixa as nossas costas

Mas quem são estes soldados de camuflado,
Estas nuvens que irão chover em terras estranhas?

A noite está a perder os seus tesouros
O futuro parece um mito
Urdido num tear manejado por mãos indolentes.

Mas talvez nem tudo seja mau para nós
Como da porta de uma cabana a mil quilómetros de distância
A mão esquálida de uma criança cumprimenta
Os dedos compridos e ossudos da chuva.

Mbella Sonne Dipoko
(Trad.: José Alberto Oliveira)